O suspeito de ter causado o acidente que terminou com a morte da Manuela Queiroz Vicentini, que estava grávida, pode ser acusado de homicídio qualificado. O Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR) acatou o pedido dos advogados da vítima e encaminhou o processo para o Tribunal do Júri, que avaliará se houve dolo eventual na conduta do responsável pelo acidente de trânsito.

“De fato, o brutal excesso de velocidade com que trafegava o Indiciado, sua embriaguez, a extensão dos grandes danos provocados e o fato de ter desrespeitado via preferencial em elevadíssima velocidade constituem indícios suficientes a corroborar a pretensão perfunctória de reconhecimento do dolo eventual cuja análise mais acurada há de ser efetuada pelo Juízo Competente para tanto (Tribunal do Júri) e pelo Ministério Público que lá oficia quando da conclusão do Inquérito Policial”, afirma o pronunciamento do Ministério Público, acatado pelo juiz Lourival Pedro Chemim, solicitando a transferência de competência das investigações da Vara de Crimes de Delito de Trânsito para as Varas de Crimes Dolosos contra a Vida.

Com isso, Samuel Alisson Barbosa pode voltar, a qualquer momento, para a prisão. Ele chegou a ser preso no dia do acidente, mas foi liberado após prestar depoimento, em que declarou ter se distraído com o celular na hora da colisão. Na audiência de custódia ele alegou que os policiais que o prenderam agiram com violência contra ele.

“Daí eu fui reclamar com eles, e eles falaram que eu era folgado, não me deram chance nem de falar mais nada, me deram uma rasteira e me jogaram no camburão e me algemaram. Apertaram a algema no último”, declarou o suspeito quando foi ouvido na audiência de custódia.

Mas para a defesa da família da vítima, a versão do suspeito não corresponde ao que aconteceu de fato. Por isso ela acionou o Ministério Público, pedindo a prisão preventiva do motorista.

“São quatro elementos: a possível, e provável, alcoolemia no volante, dirigindo sob o efeito de álcool; segundo, a velocidade, que tudo indica, já temos um vídeo, superior à permitida na via; terceiro elemento, passa ao acaso na via preferencial, pouco se importando com a vida dos outros; quarto elemento, imprudente ao usar um smartphone na direção de um veículo. Entendemos, em conformidade com o Ministério Público, que esse motorista sequer estava preocupado com o resultado que poderia causar”,

explica o advogado Igor Ogar.

O MPPR também se pronunciou favoravelmente a decretação da prisão preventiva do suspeito, mas o tribunal ainda não tomou uma decisão em relação a esse pedido.

A RICtv pediu uma nota com o posicionamento da defesa do suspeito, que não foi enviada até o conclusão da reportagem.

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Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.