Caso de jovem grávida morta em acidente será analisado pelo Tribunal do Júri

por Luciano Balarotti
Com informações de William Bittar, das RICtv
Publicado em 28 abr 2022, às 15h12.

O suspeito de ter causado o acidente que terminou com a morte da Manuela Queiroz Vicentini, que estava grávida, pode ser acusado de homicídio qualificado. O Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR) acatou o pedido dos advogados da vítima e encaminhou o processo para o Tribunal do Júri, que avaliará se houve dolo eventual na conduta do responsável pelo acidente de trânsito.

“De fato, o brutal excesso de velocidade com que trafegava o Indiciado, sua embriaguez, a extensão dos grandes danos provocados e o fato de ter desrespeitado via preferencial em elevadíssima velocidade constituem indícios suficientes a corroborar a pretensão perfunctória de reconhecimento do dolo eventual cuja análise mais acurada há de ser efetuada pelo Juízo Competente para tanto (Tribunal do Júri) e pelo Ministério Público que lá oficia quando da conclusão do Inquérito Policial”, afirma o pronunciamento do Ministério Público, acatado pelo juiz Lourival Pedro Chemim, solicitando a transferência de competência das investigações da Vara de Crimes de Delito de Trânsito para as Varas de Crimes Dolosos contra a Vida.

Com isso, Samuel Alisson Barbosa pode voltar, a qualquer momento, para a prisão. Ele chegou a ser preso no dia do acidente, mas foi liberado após prestar depoimento, em que declarou ter se distraído com o celular na hora da colisão. Na audiência de custódia ele alegou que os policiais que o prenderam agiram com violência contra ele.

“Daí eu fui reclamar com eles, e eles falaram que eu era folgado, não me deram chance nem de falar mais nada, me deram uma rasteira e me jogaram no camburão e me algemaram. Apertaram a algema no último”, declarou o suspeito quando foi ouvido na audiência de custódia.

Mas para a defesa da família da vítima, a versão do suspeito não corresponde ao que aconteceu de fato. Por isso ela acionou o Ministério Público, pedindo a prisão preventiva do motorista.

“São quatro elementos: a possível, e provável, alcoolemia no volante, dirigindo sob o efeito de álcool; segundo, a velocidade, que tudo indica, já temos um vídeo, superior à permitida na via; terceiro elemento, passa ao acaso na via preferencial, pouco se importando com a vida dos outros; quarto elemento, imprudente ao usar um smartphone na direção de um veículo. Entendemos, em conformidade com o Ministério Público, que esse motorista sequer estava preocupado com o resultado que poderia causar”,

explica o advogado Igor Ogar.

O MPPR também se pronunciou favoravelmente a decretação da prisão preventiva do suspeito, mas o tribunal ainda não tomou uma decisão em relação a esse pedido.

A RICtv pediu uma nota com o posicionamento da defesa do suspeito, que não foi enviada até o conclusão da reportagem.

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