Equipe da RICtv sobe serra a pé, enfrenta chuva e chega a ponto de tragédia na BR-376: "de arrepiar"
O repórter Erick Mota, da RICtv, subiu a pé a BR-376, rodovia que liga o Paraná a Santa Catarina, até o km 669, ponto do deslizamento registrado na segunda-feira (28). Mota, acompanhado do cinegrafista Ronaldo Oliveira, enfrentou uma chuva torrencial, andou por 6 quilômetros e foi o único repórter a chegar até o local. Em vídeo, ele registrou a situação e compartilhou o drama das equipes de resgate (assista ao vídeo abaixo).
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“Chove muito aqui na serra e a gente segue caminhando, carro não pode passar, somente carro oficial ou da Arteris”, explicou ele. Mota ainda mostra a água descendo em abundância pelos morros e a altura da rodovia em um trecho próximo onde houve o deslizamento. O repórter conseguiu mostrar os caminhões que retiram a terra do local do soterramento e apurou que cerca de 8 veículos fazem quase 20 viagens por dia, trabalhando incessantemente das 5h até às 23h para liberar a via.
“A gente pode ver aqui rodas de caminhões e da lateral da pista [em meio aos escombros] que desmoronou, olha o tamanho deste concreto que a água levou”, mostrou em vídeo.
“É um trabalho heroico por parte dos bombeiros, não dá pra ter a dimensão a não ser estando lá. A gente subiu a pé, na volta começou a chover tanto, tanto, que a capa de chuva não segurou, ventava e entrava chuva pela touca, pelo cantinho. A nossa roupa ficou completamente encharcada, ao ponto da calça jeans drenar a água e a minha bota encher de água. Tive que tirar porque começou a doer o pé. Descemos, descalços, de lá de cima até o ponto de bloqueio onde estava nosso carro”, descreveu Mota.
Veja o vídeo do local do deslizamento:
O repórter também contou o que sentiu ao chegar ao ponto de deslizamento na BR-376. “Um sentimento de muito tristeza, dá pra olhar no olho daqueles trabalhadores e perceber que ao mesmo tempo estão exaustos e empenhados. É um sentimento de compaixão com as vítimas e ao mesmo tempo de dar força para estes trabalhadores, é de arrepiar ver o trabalho que este pessoal está fazendo”, disse Mota. “Um dos pontos que mais me chocou foi a força da água, ela continua descendo com muita força”, finalizou.