Perito da Polícia Federal disse que acidente causou danos ao meio ambiente e fauna local (Foto: Reprodução RICTV Record)

MP-PR solicitou laudo para apurar poluição do meio ambiente e responsabilidade do motorista. Acidente deixou seis mortos e onze feridos

Um laudo feito por peritos da Polícia Federal (PF) apontou que o trecho da BR-277 onde aconteceu um acidente envolvendo um caminhão-tanque que deixou seis pessoas mortas e onze feridas em Morretes, no litoral do Paraná, é um dos mais perigosos da rodovia, que corta todo o estado. O laudo foi solicitado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) no dia 5 de julho.

De acordo com o MP-PR, a perícia tinha o intuito de apurar uma possível poluição ao meio ambiente, bem como a responsabilidade do motorista e do proprietário do caminhão-tanque que, segundo as investigações, causou o acidente.

O laudo apontou que o derramamento da carga de etanol – aproximadamente 44 mil litros – causou também danos ao meio ambiente e a fauna local.

“Ao atingir o rio, o produto desceu pela sua margem espalhando as chamas por uma distância de 200 metros. O fogo intenso consumiu a maior parte do etanol, entretanto, uma porcentagem penetrou no solo e seguiu o curso da água. Peritos federais estiveram no local, coletaram amostras de solo e água e analisaram o material no laboratório da Universidade Federal do Paraná (UFPR)”, disse o perito criminal federal Sérvio Reis.

Segundo Reis, a perícia levantou o histórico de desastres naquela região da rodovia. “Percebemos, tanto com documentos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) como também com informações prestadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que ali há, de uma forma recorrente, acidentes rodoviários. Alguns deles implicando em mortes de pessoas ou derramamento de algum produto perigoso”, afirmou.

O documento mostra também que de 2007 a 2016 houve 189 desastres rodoviários somente no trecho da BR-277, no município de Morretes.

“Alertamos sobre os possíveis danos ambientais, que ocorreram de fato, e aqueles que ainda podem acontecer. Precisamos enfatizar a necessidade da prevenção, visto que já existe um histórico de acidentes naquela região e uma identificação dos pontos críticos da rodovia. É preciso que haja uma prevenção para que novos desastres não aconteçam”, ressaltou.

Entre as recomendações feitas pelos peritos, está a instalação de rampas de escape ou qualquer outra alternativa ao motorista para que em uma situação de perigo ele consiga retirar o veículo da pista sem que haja um dano maior. Atualmente não existe uma área de escape naquele trecho.

Sobre o acidente
No dia 3 de julho, o motorista de um caminhão-tanque, que seguia no sentido litoral paranaense e estava carregado com 44 mil litros de etanol, perdeu o controle dos freios do veículo, tombou na rodovia e pegou fogo. As chamas atingiram outros doze carros que seguiam no sentido Curitiba. Seis pessoas morreram no acidente e pelo menos onze ficaram feridas. Um bebê de 17 dias sobreviveu graças ao ato de heroísmo do pai, que tirou a criança do carro em chamas.