Bernard Cazeneuve afirmou que caixa preta encontrada nesta terça-feira está danificada, mas que é possível reconstruir os dados

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, admitiu nesta quarta-feira (25) que a caixa-preta do avião da companhia aérea Germanwings, que caiu ontem nos Alpes franceses está “danificada”, mas é “possível analisar” seu conteúdo. Em entrevista coletiva realizada nas primeiras horas do dia, o ministro indicou que será possível reconstruir os dados da caixa encontrada ontem. No local do acidente, equipes buscam pela segunda caixa preta, que contém os dados de voo. O avião, com destino a Düsseldorf (Alemanha), caiu pouco antes das 11h, horário francês, por razões desconhecidas em uma área remota cerca de uma hora depois de decolar de Barcelona, na Espanha.

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A complexa operação de resgate dos 150 corpos envolve mais de 800 pessoas. Nesta quarta-feira o local do acidente vai receber um reforço na segurança, por conta da visita de três autoridades: a alemã Angela Merkel, o espanhol Mariano Raroy e o francês François Hollande.

O ministro reiterou que o governo não descarta qualquer hipótese sobre as razões do acidente, incluindo um ato terrorista, mas destacou que esta possibilidade não é prioridade, pelo menos neste momento.  A caixa preta prejudicada chegou a Paris e será analisada na cidade de Le Bourget. Cinco técnicos do departamento de aviação civil da França já estão trabalhando desde a madrugada com o equipamento. Enquanto isso, os promotores em Marselha começaram o inquérito judicial sobre o acidente envolvendo o interrogatório de oito testemunhas. Em declarações à televisão francesa BFM TV, o promotor Brice Robin disse que é muito cedo para determinar as causas do acidente.

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No vídeo abaixo, as imagens exibidas pela France TV, emissora governamental da França, mostram o local onde estão sendo realizados os resgates de vítimas e peças da aeronave.

Por outro lado, o ministro francês da Ecologia e Transportes, Ségolène Royal, revelou que o avião passou de 35 mil pés de altitude (o equivalente a cerca de 10.700 metros) para 6.900 pés (1.800 metros) em 18 minutos, e não em oito minutos conforme afirmou ontem. De acordo com o ministro, os centros de monitoramento aéreo e torres de controle perderam a comunicação com a aeronave às 10h30, 20 minutos antes da queda.

Em nota oficial, a Lufthansa – companhia aérea alemã – confirmou que nesta quarta-feira os trechos estão sendo operados normalmente. Na terça-feira, dia do acidente, a empresa cancelou 30 vôos da subsidiária Germanwings. Nesta quarta-feira, apenas um vôo foi cancelado, entre Colonia e Londres, por problemas meteorológicos.

Colaborou o Jornalista Kelson Henrique