Na manhã desta sexta-feira (13), um ônibus desgovernado acertou seis carros e um caminhão e provocou a morte de uma pessoa.

O acidente ocorrido na esquina entre as avenidas Arthur Bernardes e Iguaçu, em Curitiba, foi provocado por um problema nos freios do ônibus.
A vítima fatal era um empresário de 49 anos, que com a colisão teve o carro preso embaixo do eixo do ônibus. O homem foi retirado das ferragens do veículo, mas não resistiu aos ferimentos.
Confira abaixo alguns dos detalhes apurados sobre o acidente com o ônibus desgovernado em Curitiba:
Ônibus desgovernado havia passado por conserto antes do acidente
Antes do acidente, o ônibus da linha Caiuá passou por um conserto, após apresentar falha no ar do freio. O reparo foi feito na Praça Rui Barbosa (ponto de saída da rota) e o veículo saiu sem passageiros do local.
Durante o trajeto, houve uma troca de motoristas em um dos pontos de ônibus. O novo condutor iria levar o veículo até a garagem da empresa Expresso Azul.
Mas durante o trajeto, o motorista perdeu o controle do veículo e sem conseguir frear o ônibus, chocou com ao menos seis carros e um caminhão.
A Urbanização de Curitiba (Urbs) divulgou nota em que reforça que o ônibus passou por um procedimento de reparo na manhã desta sexta.
“A Urbs lamenta profundamente o acidente entre um ônibus urbano e dez carros que acabou causando a morte de uma pessoa e deixando sete feridos na manhã desta sexta-feira (13/12). Um ônibus da linha 703-Caiuá se envolveu em um acidente por volta das 10h14 no cruzamento das avenidas Arthur Bernardes e Iguaçu. O veículo estava sendo recolhido para a garagem e não tinha passageiros. A Urbs está apurando mais informações sobre o acidente e vai investigar as causas. O ônibus fez a última inspeção em 8/11, quando foi atestado o pleno funcionamento. O selo de validade do veículo é de até 5/4/25. Fiscais da Urbs estão no local prestando apoio às vítimas e também coordenando os desvios no transporte coletivo no local. A Urbs prestará apoio às autoridades para colaborar na investigação do ocorrido”
O motorista do ônibus, em conversa com o Tenente Hanauer, do Corpo de Bombeiros, relatou que tentou buzinar para avisar que estava sem controle do veículo.
“Eu conversei com o motorista do ônibus e o relato é que ele sentiu mesmo que o veículo estava ali com pouco freio e ele tentou da maneira que deu, evitar uma colisão maior e também foi tentando alertar com a buzina, mas infelizmente o sinal estava fechado, os veículos parados e acabou pela energia cinética envolvida nós temos um veículo de grande porte que não conseguiu parar e tivemos essa tragédia que ocorreu na manhã de hoje” relatou o Tenente Hanauer.
Delegado responsável questionou o não uso de guincho
O delegado da Polícia Civil, Edgar Santana, questionou a não utilização de um guincho para levar o ônibus até a garagem da Expresso Azul.
“Seria razoável sim, que um guincho tivesse sido acionado para conduzir o veículo até a garagem, mesmo porque se tratava de um problema em sistema de ar do freio, que pode comprometer os freios do veículo, ainda mais em um horário crítico da cidade e em um ponto de alta circulação”, pontua Santana, que será responsável pela investigação do caso.
A Polícia Civil ouviu nesta sexta-feira os dois motoristas do ônibus que dirigiram o veículo, o mecânico que prestou serviço na Rui Barbosa, os policiais militares que atenderam a ocorrência e uma testemunha que esteve no local do acidente.
Para Santana, o caso a princípio será considerado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, mas que apenas a perícia poderá apontar os responsáveis.
“O laudo da criminalística será de suma importância para constatar efetivamente se o problema ocorreu em virtude desse sistema de ar ou um outro problema que não foi constatado ali pelo mecânico naquele momento. Estamos diante de um homicídio culposo na direção de veículo automotor e a Polícia Civil, com base nas provas que serão produzidas, vamos sim responsabilizar aquelas pessoas que estão efetivamente relacionadas com o fato e tiveram uma conduta negligente em relação a esse evento trágico que ocorreu”, completou Santana.
Vítima fatal era empresário e recebeu homenagem do Paraná Clube
Marcos Lazario tinha 49 anos e era proprietário de uma churrascaria em Curitiba. Após o acidente, Lazario recebeu diversas homenagens nas redes sociais.
“Com profundo pesar, comunicamos o falecimento de Marcos Lazario. Hoje, a família Master Grill está de luto pela perda do nosso querido proprietário, um líder dedicado e apaixonado, que deixou sua marca não apenas no negócio, mas nos corações de todos que o conheceram. Marcos, sua memória jamais será esquecida”, disse a nota da churrascaria Master Grill.
O clube do coração de Lazario, o Paraná Clube, também homenageou o empresário com uma postagem nas redes sociais.
“O Paraná Clube lamenta profundamente a morte do empresário Marcos Lazario, dono da churrascaria Master Grill, que veio a falecer hoje (13).
Paranista apaixonado, Marcos sempre demonstrou um amor inabalável e incontestável pelo Tricolor. Sua paixão pelo Paraná transcendia a arquibancada e era presença constante no coração e na vida de todos que o conheciam.
A alegria, dedicação e orgulho pelo Paraná sempre foram exemplo e sua memória permanecerá viva com as pessoas que tiveram o privilégio de conhecer e conviver com ele.
Em luto, desejamos forças a todos os amigos, familiares e funcionários neste momento de muita dor e tristeza”.
Sobreviventes do acidente relatam momentos de tensão
Em entrevista à RICtv, alguns dos sobreviventes do acidente com o ônibus desgovernado relataram o susto e os momentos de tensão.
“Eu não consegui entender nada, quando eu fui ver o ônibus já estava colado no vidro, tive a reação de tirar o cinto e abrir a porta só, mas é difícil explicar, né? Tem que dar valor à nossa vida, porque um cruzamento que estava fechado aconteceu isso, então é difícil explicar. É livramento de Deus, não tem outra explicação. Porque tinha tudo para ter acontecido alguma coisa, sair ferido sem nenhum arranhão é Deus, não tem outra explicação”, explicou Gabriel Vitor Teixeira, que dirigia um dos carros atingidos pelo ônibus desgovernado.
Outro sobrevivente do acidente foi o médico Diego Pereira Sanches, que revelou que estava levando o filho para o futebol no momento da batida. Além disso, o médico contou que tentou socorrer o dono da churrascaria que morreu.
“Acredito que ele tenha tirado para a direita, porque é o instinto normal, e pegou no meu carro, pegou vários outros carros, acredito que foram 7 carros. Nesse momento, o meu filho se assustou, eu deixei ele com uma moça para cuidar e fui fazer o atendimento de algumas vítimas, para ver se tinha mais alguém grave. Então, fui ao carro que estava embaixo do ônibus. Só conseguia acessar a pessoa que estava dentro do carro por cima, então a gente teve que subir no carro, eu conseguia só ver as costas, ele tinha algumas fraturas que dava para ver, expostas, uma perda sanguínea considerável. Tentei manter a via aérea dele, mas um minuto, nem isso, o pulso parou e acho que ele entrou em parada cardiorrespiratória e faleceu”, explicou.
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