Para polícia, motorista envolvido em acidente com oito mortes ocultou provas

Publicado em 4 jun 2022, às 12h15. Atualizado às 12h17.

Um mês depois da tragédia de Pato Bragado no Oeste do Estado, que resultou em oito vítimas fatais, a equipe da RICtv conta detalhes exclusivos, com depoimentos e imagens em primeira mão, que revelam detalhes sobre a investigação (veja o vídeo no fim da matéria).

A batida ocorreu na PRC-467, em Pato Bragado, na manhã do dia 2 de maio deste ano. Pacientes e acompanhantes seguiam pela rodovia em um ônibus da prefeitura, em busca de tratamento médico em uma cidade maior. Todos os ocupantes eram moradores da cidade de Pato Bragado, Oeste do Paraná.

Pouco tempo depois da partida, o acidente ocorreu. Foi em uma curva, em um trecho de pista simples. Socorristas e hospitais da região foram colocados em alerta. Vinte pessoas estavam no veículo. Oito morreram.

Para quem sobreviveu à tragédia, o desejo é apagar da memória tudo que ocorreu.

“Eu só apoiei os joelhos contra o painel e segurei, com a mão, em cima do teto do ônibus. Os bancos vieram para frente e dava para ver as pessoas mortas. A vontade era de apagar tudo isso da memória”. 

Pedro Schneider – operador de caldeira e um dos sobreviventes

O motorista de um caminhão carregado de milho, que é suspeito de provocar a tragédia, fugiu do local. Ele foi localizado e preso quase dez horas depois, na cidade de Mercedes, Oeste do Estado, mas no fim de semana seguinte saiu da cadeia mediante fiança de R$ 12 mil.

“Ele não teve responsabilidade no trânsito, fugiu do local e abandonou as pessoas ali, agonizando”. 

Salete Campos Bonfim – dona de casa e sobrinha de uma das vítimas

Segundo a Polícia Civil, o motorista do caminhão de milho disse, em depoimento, que o condutor de outro veículo carregado de suínos teria sido o verdadeiro responsável pelo acidente. 

“Passamos, então, a analisar a versão dele. Porém, câmeras de segurança mostram, nas proximidades de onde tudo aconteceu, que esse veículo não teve envolvimento na batida e não apresentava estragos como o caminhão de milho”. 

Rodrigo Baptista, delegado de polícia

De acordo com a polícia, além de provocar a tragédia e fugir do local, o motorista do caminhão ocultou provas: trocou o tacógrafo e colocou um novo. O equipamento do momento do acidente não foi encontrado. 

Para os familiares das vítimas, o pedido é de justiça. 

“Se ele [o motorista suspeito] pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, que faça. Já passou. Não dá para voltar atrás”.

Solange Schaeffer – irmã de uma das vítimas.

A Polícia Civil segue com a investigação do caso.

Sobre o acidente

O ônibus tinha acabado de sair do município quando houve o acidente. O veículo parou, mais ou menos, uns 20 metros da rodovia. Ele ficou prensado em meio às árvores. Dentro do automóvel, sobreviventes assustados e sem saber o que tinha acontecido.

Mais de 10 pessoas ficaram feridas. Sete morreram na hora e a oitava vítima morreu no hospital. À época, por conta da tragédia, a prefeitura de Pato Bragado decretou luto oficial de três dias.

“Contratamos um perito para que possa acompanhar de perto a investigação e, no mínimo, ajudar as famílias a amenizar a dor da perda dos entes queridos”.

Leomar Hoden, prefeito de Pato Bragado
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