O cantor e compositor hondurenho Aurelio Martínez, uma das 12 vítimas fatais da queda de um avião na ilha de Roatán, em Honduras, completou 56 anos exatamente no dia do acidente, na terça-feira (18). O artista, que tinha shows agendados para o início de abril nos Estados Unidos, era um dos principais nomes da música caribenha.

Considerado um embaixador da etnia garífuna, originada pela miscigenação entre os povos originários da América Central e os negros escravizados oriundos da África, Aurelio Martínez recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Mesmo após se naturalizar norte-americano, o cantor e instrumentista seguiu divulgando a música hondurenha, especialmente o ritmo chamado ‘punta’, típico da cultura garífuna.
Morte causou comoção
Sua morte, juntamente com a de outras 11 pessoas no acidente aéreo chocou Honduras e a comunidade artística internacional.
“Homenageamos o talento e a vida de Aurelio Martínez Suazo. Extraordinário músico e cantor hondurenho-americano, que levou com orgulho e paixão sua música a palcos internacionais. Ele nos honrou com sua amizade, voz e criatividade. Honduras está de luto, mas seu legado viverá em cada ritmo que une nossos povos e culturas”, declarou Laura Dogu, a embaixadora dos Estados Unidos em Honduras.

Músico também teve carreira política
Martínez também teve atuação política: entre 2006 e 2010, foi deputado pelo agora oposicionista Partido Liberal no Parlamento hondurenho. Durante seu mandato, criticou a ineficiência da política tradicional e chegou a afirmar que, para ingressar no poder estatal, era necessário ter o apoio dos “dinossauros da cúpula política dominante”.
Com mais de 25 anos de carreira, Martínez iniciou sua trajetória musical ao lado do renomado cantor hondurenho Guillermo Anderson, falecido em agosto de 2016 aos 54 anos. Anderson é considerado um dos maiores artistas da música hondurenha.
Martínez viajou o mundo divulgando a cultura garífuna
Martínez levou sua arte a vários países da América, Europa, Ásia e África. Em 8 de julho de 2010, apresentou-se em Førde, Noruega, na abertura da 21ª edição de um importante festival de música folk. No evento, dividiram o palco com ele artistas como o polonês Kroke, a mauritana Malouma e os húngaros Parno Graszt. A noite foi aberta com uma mensagem da rainha Sônia da Noruega.

Com guitarras, timbales, maracas e outros instrumentos de percussão, Martínez encantou o público com a energia vibrante da cultura garífuna. Ele também cantou, dançou e conseguiu que a plateia se levantasse para aplaudir sua performance entusiasmadamente.
Embora também cantasse em espanhol, Martínez priorizava sua língua garífuna, como forma de preservar a identidade de sua etnia, historicamente discriminada ao longo de mais de 200 anos.
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