Os sobreviventes da queda do balão que terminou com oito mortos, em Praia Grande, em Santa Catarina, no último sábado (21), relataram que tiveram apenas cinco segundos para tomar a decisão que salvou suas vidas, após o piloto ordenar que todos pulassem do balão em meio às chamas.

Sobreviventes do balão que caiu em entrevista ao Domingo Espetacular
Marcel Cunha Batista e Thayse Elaine Broedbeck estão entre os 13 sobreviventes (Foto: Reprodução/Record TV)

Um deles, o gerente de desenvolvimento de software Marcel Cunha Batista, contou que percebeu algo estranho assim que o balão subiu. Ao olhar para dentro do cesto, viu que o fogo já tomava conta de parte do equipamento. Ao lado da esposa, a professora Thayse Elaine Broedbeck, ele teve segundos para agir.

Quando estávamos nos aproximando do chão, o piloto gritou para todo mundo pular. Ele mesmo já estava na borda e parece ter sido um dos primeiros a sair. As pessoas que reagiram a tempo conseguiram se salvar”, contou Marcel. “Mas algumas ficaram paralisadas, sem conseguir entender o que estava acontecendo.”

O casal, junto há 15 anos, estava em Praia Grande para aproveitar o feriado. Outro ponto grave relatado por Marcel foi a ausência de equipamentos de emergência no balão. “Não havia extintor. O piloto tentou manusear o cilindro com as mãos. Se tivesse extintor, provavelmente ele teria usado”, afirmou.

O grupo de sobreviventes do balão retornou para casa em Florianópolis poucas horas após o acidente. Ainda em estado de choque, Marcel e Thayse dizem se sentirem gratos por estarem vivos. “Diante da proporção do que aconteceu, somos privilegiados. É impossível esquecer, mas estamos tentando seguir”, finalizou.

Queda de balão em Santa Catarina

As oito pessoas que morreram após a queda de balão em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, começaram a ser veladas neste domingo (22). A tragédia aconteceu na manhã de sábado (21), e 13 pessoas conseguiram escapar com vida.

O balão de ar quente, operado pela empresa Sobrevoar, pegou fogo durante o voo e caiu na manhã de sábado (21). Dos 21 passageiros, 13 pessoas sobreviveram, inclusive o piloto. O acidente ocorreu por volta das 8h.

A Polícia Civil de Santa Catarina já trabalha com uma linha principal de investigação. “A suspeita é que um incêndio tenha começado no próprio cesto do balão, possivelmente causado por um maçarico que não fazia parte da estrutura original da aeronave. Foi o relato de mais de um dos ouvidos pelo delegado, que investiga o caso”, comenta, em nota.

Ao perceber as chamas, o piloto fez uma descida de emergência e orientou os passageiros a pularem do balão quando estava próximo ao solo, mas apenas 13 pessoas conseguiram saltar.

Com a saída de parte dos ocupantes, o balão ficou mais leve, ganhou altitude novamente e continuou em chamas. Dos oito que permaneceram a bordo, quatro pularam e não resistiram à queda. As outras quatro vítimas morreram carbonizadas, ainda dentro do cesto.

Alguns sobreviventes que ficaram feridos foram levados para hospitais da região com queimaduras, fraturas e escoriações leves.

A empresa responsável afirmou que o piloto tinha mais de 10 anos de experiência e que todas as normas de segurança da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estavam sendo seguidas.

Um inquérito foi aberto para apurar responsabilidades. Além disso, a empresa Sobrevoar suspendeu suas atividades por tempo indeterminado.

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Eduardo Teixeira

Repórter

Eduardo Teixeira é formado em Jornalismo pela Uninter. Possui experiência em pautas de Segurança, como acidentes e crimes, além de virais da internet, trends das redes sociais e pautas de Cultura. Também atua como repórter de TV e rádio.

Eduardo Teixeira é formado em Jornalismo pela Uninter. Possui experiência em pautas de Segurança, como acidentes e crimes, além de virais da internet, trends das redes sociais e pautas de Cultura. Também atua como repórter de TV e rádio.