A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu, na madrugada desta terça-feira (11), as operações da companhia aérea Voepass em todo Brasil. Com isso, centenas de passageiros tiveram voos cancelados.

avião ATR72 da Voepass, semelhante ao que caiu em VInhedo
Atividades da companhia estão suspensas por prazo indeterminado (Foto: Voepass/Divulgação)

O advogado Raul Carvalho da Casillo Advogados aponta abaixo algumas recomendações aos passageiros impactados pela suspensão dos voos da Voepass.

Primeiro passo – buscar a Voepass ou revendedora da passagem

A primeira coisa que o consumidor tem que fazer é identificar qual foi o meio pelo qual ele fez a aquisição dessa passagem e entrar em contato com a empresa que fez a venda para ele.

Ele faz o contato com essa empresa ou com a Voepass, com a LATAM ou com a agência de viagens e aí ele vai ter o direito de ter o ressarcimento integral do valor que ele pagou, ou ele pode pedir para que a Voepass ou a agência de viagens, a LATAM, realoquem ele em um novo voo, em uma data, na mesma data, em horários parecidos, causando o mínimo e transtorno possível para ele dentro dessa situação.

Se não dar certo, buscar auxílio em outras instâncias

Então, como essa situação está sendo acompanhada bem de perto pela ANAC, que é a Agência Nacional da Aviação Civil, é bem possível que os consumidores vão conseguir resolver isso de forma administrativa junto com a sua empresa.

Mas, caso isso não aconteça, caso qualquer consumidor empreenda qualquer dificuldade em receber a devolução integral do valor ou o reagendamento das passagens, tem dois caminhos possíveis.

O primeiro é procurar o órgão de proteção ao consumidor, o PROCON, no seu município ou através do site do PROCON, é só enviar lá um pedido administrativo para a resolução do problema.

E o segundo caminho possível, e esse caminho também é indicado especialmente se ocorrer um dano mais excessivo, perder algum compromisso, casamento, entrevista, algo mais grave que pode vir a acontecer, esse segundo caminho é procurar o Juizado Especial Civil da comarca, da residência desse consumidor.

O juizado pode ser acessado mesmo sem advogado, em algumas causas, então o consumidor que se sentir lesado de alguma forma e não conseguir resolver diretamente com a companhia pode seguir esses dois caminhos, ou o PROCON ou o Juizado Especial.

Voepass foi suspensa por não cumprir exigências da Anac

A Voepass está sob fiscalização da Anac desde que um avião da companhia caiu sob um condomínio residencial em Vinhedo, no interior de São Paulo. O acidente matou 62 pessoas.

“A suspensão vigorará até que se comprove a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão da empresa previstos em regulamentos”, disse a Anac, por meio de nota oficial.

Durante o processo de fiscalização, o órgão exigiu contrapartidas da companhia aérea. “No final de fevereiro de 2025, após nova rodada de auditorias, foi identificada a degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela Agência”, relatou a Anac.

O órgão informou ainda que houve reincidência de irregularidades que já haviam sido consideradas sanadas, além da “falta de efetividade” no plano de ações corretivas: “Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea”.

62 passageiros e tripulantes morreram no acidente em Vinhedo

O avião de médio porte da companhia Voepass caiu no bairro Capela, em Vinhedo, em 9 de agosto do ano passado. A aeronave que saiu de Cascavel tinha como destino Guarulhos, em São Paulo. 58 passageiros e 4 tripulantes morreram na queda.

De acordo com a companhia aérea, o avião turboélice modelo ATR 72-500, que fazia o voo 2283, decolou às 11h58. O voo estava programado para pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos às 13h50, mas caiu minutos antes de chegar ao seu destino.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.