Advogada afirma ter sido agredida por policiais militares ao questionar operação no Paraná
Uma advogada afirma ter sido agredida por policiais militares após questionar ação de revista na casa de um cliente, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A mulher realizou exame de corpo de delito na manhã desta terça-feira (13), no Instituto Médico Legal (IML).
Gabriela Damasceno afirma que as agressões começaram quando chegou ao local e questionou a Polícia Militar sobre a entrada na residência do seu cliente. A advogada foi chamada até o local após conhecidos terem visto os policiais entrarem na casa.
Segundo a advogada, logo que chegou no local foi segurada pelos policiais e impedida de entrar na residência.
“Chegando lá, eu me identifiquei como advogada, entreguei a minha identificação para eles e mesmo assim eles falaram que eu não poderia entrar na casa. Mesmo insistindo eles não deixaram e partiram para as agressões, chegando até a me algemar por exigir o meu direito”, conta.
A Polícia Militar, porém, traz uma outra versão sobre os acontecimentos. Em nota enviada para RICtv, os policiais estavam em uma ronda quando foram notificados para atender a um chamado de briga de casal. Ao chegarem no local, entraram na residência e viram objetos relacionados com a prática de tráfico de drogas, como facas e pratos para a preparação dos entorpecentes.
O documento ainda revela que o casal que estava na casa respondeu que seriam de uma organização criminosa e que a discussão iniciou por causa da tentativa de sair da facção. Após uma busca pelo local, os policiais apenas orientaram os dois depois de não terem encontrado nenhuma substância.
Na versão dos policiais, duas pessoas chegaram ao local próximo do fim da abordagem, uma delas sendo a advogada. A nota afirma que os dois estavam alterados e ameaçando os militares quando a advogada teria agredido uma policial, o que resultou na necessidade de uso de imobilização e de algemas para encaminhá-la para a sede da Polícia Militar.
A advogada nega a afirmação: “Em nenhum momento eu agredi a policial. Eu dizia para ela parar de me agredir, de me bater e de me empurrar”, diz a mulher. A vítima ainda afirma que os policiais voltaram até a residência dos clientes e os ameaçaram de morte caso denunciassem a ação. Os policiais foram liberados após assinarem um termo circunstanciado.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), disse o seguinte sobre o acontecimento: “A OAB tomou ciência do caso e de imediato disponibilizou sua estrutura de prerrogativas, fez contato com a advogada e está acompanhando o caso. Porém, até o momento, não houve formalização do pedido de assistência por parte da advogada”.
A vítima ainda não abriu uma denúncia oficial contra os policiais envolvidos na ação.