O Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN) afirmou, por meio de nota em seu site, que o agente penitenciário que foi executado em sua própria casa em Piraquara, na Grande Curitiba, nesta quarta-feira (12), vinha sendo ameaçado de morte por uma organização criminosa que age dentro e fora dos presídios do estado.
No mesmo comunicado, o SINDARSPEN pediu que a Secretaria da Segurança (SESP) e o Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN) providenciem “o total fechamento de todas movimentações de pessoas dentro dos presídios enquanto durar as investigações que levem à prisão e a punição dos autores desse bárbaro assassinato”.
“O Estado sabia do que estava acontecendo, o Lourival havia recebido informações de que tentariam contra a vida dele. Ele procurou o departamento de inteligência, ele relatou isso aí. Há 20 dias alguns criminosos estiveram na casa dele, em frente à residência dele, algumas pessoas observaram os criminosos. Então, já havia essa informação de que ele seria executado.[…] Por que não transferiram o Lourival para outra penitenciária para preservar ele? Por que o estado não deu proteção para ele?” desabafou Ricardo Carvalho Miranda, diretor-presidente do SINDARSPEN, ao Cidade Alerta Paraná.
Em entrevista mais cedo, um irmão de Lourival de Souza também ressaltou que o policial penal já havia sofrido uma tentativa de assassinato.
“Já houve uma tentativa de matarem ele esses tempos atrás, e ameaças. Mesmo assim, ele continuava trabalhando como agente penitenciário”, disse Mário Souza.
Em dezembro de 2019, outro agente penitenciário estadual foi morto no Paraná. Edson Cardoso foi assassinado na porta de sua residência, no bairro Pinheirinho, na capital.
Homenagem e carreata
Para prestar a última homenagem ao colega que trabalhava na corporação há pelo menos 15 anos, o sindicato convoca todos os policiais para participarem do sepultamento de Souza e, na sequência, seguiram em carreata até o Palácio do Iguaçu.
Agente penitenciário executado em Piraquara
De acordo com a polícia, Souza tomava banho quando sua residência foi invadida por vários indivíduos. Durante a ação, os familiares do agente penitenciário foram rendidos e presenciaram o assassinato. Ele foi morto com vários disparos de arma de fogo.
Pouco tempo depois, um veículo com as mesmas características do carro usado pelos criminosos foi encontrado incendiado na região do Zoológico da capital.