Áudios mostram a mãe que gravou um vídeo enquanto agride o próprio filho ameaçando a criança. As mensagens de voz e as imagens enviadas para avó do menino de dois anos foram usadas como provas para tirar a guarda da jovem de 20 anos. 

Mãe agride bebê em vídeo

Segundo a avó da criança, a situação ocorreu na noite de sexta-feira (31) em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, onde a mãe e filho viviam. Na ocasião, ela estava sozinha em casa quando recebeu as mensagens e o vídeo onde a jovem aparece agredindo o menino.

Trecho da ameaça feita pela mãe do menino.
Trecho da ameaça feita pela mãe do menino. (Foto: Reprodução/RICTV)

“Não sei até quando que o [nome da criança] vai ter vida. Se você ver numa reportagem que uma mãe catou o filho, jogou embaixo de uma ponte, arrebentou a cara dele ou matou – uma hora dessas – de tanto que bateu, a culpa não vai ser toda minha, não. A culpa vai ser do que o Anderson causou no meu psicológico porque eu olho pra esse menino e eu tenho raiva do menino porque eu vejo ele. Eu vejo o Anderson puro nesse menino, puro. Eu tenho raiva de ver a cara do meu filho, raiva”, fala a mãe  em uma das mensagens.

A mulher relatou que ficou extremamente preocupada com o neto, mas que foi apenas no sábado (1) que conseguiu tomar uma providência legal sobre o assunto. “Na hora mesmo eu pensei em ir buscar ele, mas como eu tava sozinha, eu parei e pensei. Mandei o áudio e a imagem para os meus filhos, aí, no outro dia a gente foi na delegacia, no Conselho Tutelar e graças a eles, a gente conseguiu resolver e resgatar a criança dela”, declarou.

O pai da criança

A avó conta que a ex-nora e o filho tiveram um relacionamento por cerca de um ano e logo após o nascimento do menino, os dois romperam. Conforme ela, todos sabiam que jovem estava com dificuldades psicológicas de criar o filho, mas, mesmo assim, a mãe não queria entregar a guarda para a família paterna. O que foi possível, agora, devido ao vídeo e áudios gravados e usados como prova. Ainda segundo a mulher, quando o neto tinha entre oito e 15 dias, a jovem há havia abandonado a criança em um matagal porque não queria o filho.

Quanto ao pai, a mulher explica que ele nunca pagou pensão, mas sempre ajudou com fraldas, leite, roupas, remédios, entre outros, e que ao ver o vídeo, ele não fez nada porque tem medo da ex. “Ele tem medo dela porque ela sempre foi agressiva, tentou tacar fogo na casar. Então, ele tem medo. Eu mostrei o vídeo, ele ficou chocado, mas ele ficou com medo, não agiu nada”, disse. No entanto, ele esteve presente em todo o processo de denúncia do caso. 

Investigação

O delegado responsável pelo caso ressalta que a jovem mãe não tem condições de ficar com o filho. “Ela não tem as condições mínimas, ela não tem o preparo psicológico, nenhum, nenhum pra cuidar de nenhum criança dela ou de outra pessoa”, declarou Haroldo Davidson.

“Ela tem raiva do [ex] marido que não ajuda financeiramente e que parece, segundo ela, passou o vírus do HIV. Então, hoje ela é soropositivo, e graças a Deus, a criança não adquiriu o vírus, né. Então, é essa revolta contra o [ex] marido e a criança fica no meio dessa bagunça”, explicou o delegado.

Ela chegou a ser encaminhada à delegacia, mas, posteriormente, foi liberada. De acordo com Davidson, ela poderá ser indiciada por tortura, com pena de até oito anos, em vez de maus-tratos, que é uma pena mínima de dois meses a um ano.

Veja vídeo:

Nas imagens, a jovem aparece brigando e batendo na criança que havia acabado de defecar na roupa e em si mesma. “Isso aqui é cagar na calça, isso é ser mãe. (…). Criança nojenta, é isso que você tem que fazer o dia inteiro”. Ao mesmo tempo que dizia isso, a mulher aparece chacoalhando a criança com bastante força pelos cabelos. O menino chora muito. “A criança é igual ao pai, relaxada, porca, nojenta (…)”.

O outro lado

O marido da mãe que aparece agredindo o filho não quis gravar entrevista para falar sobre o caso, mas garantiu que a jovem está arrependida porque sabe que errou. O homem ainda afirmou que os dois pretender recorrerá na Justiça para obter novamente a guarda do menino.