
O jovem afirmou durante o depoimento que recebeu um beijo da esposa de Edison Brittes antes do jogador ser morto
Uma testemunha afirmou durante seu depoimento na tarde desta terça-feira (19) que beijou Cristiana Brittes, 35 anos, durante a festa de aniversário de Allana Brittes, 18 anos, em uma casa noturna de Curitiba. Foi depois da comemoração na boate que os envolvidos seguiram para a residência dos Brittes, onde ocorreram as agressões que culminaram no assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas.
Beijo de Cristiana Brittes
Segundo o testemunho do jovem, colhido no segundo dia de audiências de instrução do processo, ele não havia revelado esse fato à polícia por medo. O amigo de Daniel que teria beijado Cristiana, participou apenas da festa casa noturna e não seguiu com os outros convidados para o after party.
Ainda conforme seu depoimento, ele havia saído do camarote, onde estavam os convidados de Allana, e estava no bar conversando com uma mulher desconhecida quando foi surpreendido com um beijo, um selinho na boca, de Cristiana. Quando questionado sobre ter feito algo a respeito, ele declarou que de longe fez sinais de não estar entendendo e não fez nada.

Cláudio Dalledone, advogado de defesa da família Brittes, fez questão de perguntar onde teria ocorrido o beijo e lembrou a testemunha de que no local existem câmeras de segurança que poderão ser usadas para confirmar a informação. Dalledone também disse que após o crime todas as imagens das câmeras da boate foram passadas à polícia, que realizou um relatório minucioso de tudo o que foi registrado e, de acordo com ele, não existe a informação de que Cristiana teria beijado um desconhecido.
“Evidentemente, que é algo plantado nesse momento para gerar um descrédito. Ele diz mais, as pessoas não tem nome, as pessoas não tem cor, as pessoas não tem nada. […] Ele está mentindo, isto é uma coisa plantada. Uma pessoa que ficou todo esse tempo ali junto e aparece só agora com essa versão. Foi ouvido, prestou compromisso de dizer a verdade na delegacia, foi perguntado no final do depoimento se não tinha mais nada a declarar”, declarou Dalledone à equipe da RICTV Curitiba| Record PR. O advogado também afirma que irá processar a testemunha. “Vai ser processado por isso. Vamos tomar medidas porque ele pode destruir uma família. Se estiver mentindo vai responder um processo criminal e também uma indenização porque Justiça não é brincadeira”.
Fotos de Daniel com Cristiana Brittes
Ainda conforme o depoimento, a foto tirada pelo jogador ao lado de Cristiana e ,em seguida compartilhada, pelo WhatsApp, a princípio, foi enviada por Daniel apenas para um amigo. Somente no outro dia, quando o jogador estava desaparecido, que esse amigo teria enviado a foto ao grupo do aplicativo de mensagens, pois suspeitou que o sumiço tivesse relação com a mulher na fotografia.

Esposa de Juninho Riqueza
Cristiana é tida como o pivô do crime que tirou a vida do jogador Daniel. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a vítima passou a ser agredida depois que foi flagrada por Edison Brittes na cama com sua esposa. Conforme a versão da defesa, Daniel entrou no quarto do casal enquanto a mulher dormia, tirou a cueca e subiu em cima dela na cama. Cena que teria provocado a ira do marido.
Na sequência, o jogador passou a ser brutalmente agredido por Edison, Ygor King, 19 anos, David Willian da Silva, 18 anos, e Eduardo da Silva, 19 anos, todos estão presos e também foram acusados pelo MP-PR. Após uma sessão de espancamento na casa do Brittes, o jogador foi levado no porta-malas do carro de Edison – onde continuou sendo agredido- para a estrada rural na Colônia Mergulhão, local em que teve o pescoço praticamente degolado e o órgão sexual extirpado.

Ela foi denunciada por homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor. O que a defesa tenta reverter sob a alegação de que nem ela, nem a filha Allana estiveram na Colônia Mergulhão onde efetivamente o assassinato ocorreu, por isso, não deveriam ser acusadas pelo homicídio.
Denunciados pela morte do jogador
Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelo assassinato do jogador.
Edison Brittes (38 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e e coação no curso do processo;
Cristiana Brittes (35 anos): homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
Allana Brites (18 anos): coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
Eduardo da Silva (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
Ygor King (19 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
David Willian da Silva (18 anos): homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
Evellyn Brisola (19 anos): denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho. Evellyn é única que não está presa.
Caso daniel : audiências de instrução do processo

As audiências de instrução do processo iniciaram nesta segunda-feira (18) no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e só serão finalizadas depois que todas as testemunhas e acusados forem ouvidos. Ao todo, 77 testemunhas foram arroladas entre a defesa e acusação.
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