Ana Paula Campestrini: ex-marido pesquisou sobre "confissão" um dia após o crime
O laudo do celular do advogado Wagner Cardeal Organauskas, acusado como mandante do assassinato de sua ex-mulher Ana Paula Campestrini, ocorrido em Curitiba, mostrou que o advogado pesquisou sobre o “sacramento da confissão” um dia depois do crime. A perícia foi feita pela Polícia Científica do Paraná.
O documento, obtido pela RIC Record TV, mostra que entre as palavras buscadas pelo advogado constam: “ana paula campestrini”, “ana paula campestrini prisão”, “sacramento da confissão”, “sacramento da confissão furto, roubo e homicídio”, “quinto mandamento de Deus”, “confissão sacramento quinto mandamento”, “teologia moral injusta agressão” e “união estável herança”.
Ao que parece, o advogado já pensava em uma forma de contar o que havia acontecido, mas queria fazer isso para um padre. Por outro lado, ele negou qualquer tipo de envolvimento com a morte brutal de Ana Paula para a polícia.
No aparelho também foram obtidas conversas entre Wagner e Marcos Antônio Ramon, apontado como o executor do homicídio, nas quais eles tratam sobre transações financeiras, compra de imóveis e motocicletas, o que segundo a Polícia Civil, foi a forma de Wagner pagar pela execução de Ana Paula.
O ex-marido de Ana Paula e Marcos Antônio estão presos desde o dia 24 de junho. Ambos foram denunciados, pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por feminicídio qualificado por motivo torpe, pagamento de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Marcos Antônio e Felipe Rodrigues Wada, um técnico de informática de 18 anos que teria apagado as mensagens do celular de Marco Antônio, também se tornaram réus por fraude processual.
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Caso Ana Paula
Ana Paula Campestrini foi morta a tiros na frente do condomínio onde morava com a namorada, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, no dia 22 de junho. O carro da vítima foi atingido por 14 tiros e o crime foi registrado por câmeras de segurança.
No dia 24 de junho, a Polícia Civil prendeu temporariamente o ex-marido de Ana Paula, Wagner Cardeal, suspeito de ser o mandante do crime, e Marcos Ramon, apontado como o atirador que assassinou a vítima.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Ana Paula teria ido até o clube Sociedade Morgenau na manhã do crime, onde pegou uma carteirinha de sócia para que pudesse acompanhar os filhos, de 9, 11 e 17 anos, nas atividades esportivas. O ex-marido, Wagner, era presidente do clube e Marcos era diretor financeiro.
Imagens de câmeras de segurança mostraram um motociclista, que a polícia acredita ser Marcos, seguindo o carro de Ana Paula até o condomínio da vítima. A moto estava sem placas e era idêntica à um veículo que Marcos havia deixado dias antes em um galpão da Sociedade Morgenau.
Ainda, a polícia encontrou um depósito, de R$ 38 mil, de Wagner, passando por uma conta do clube, para Marcos Antônio, que acredita-se que seria o pagamento pelo crime encomendado.