Antes de morrer, jovem que fugiu de delegacia teria contado versão diferente da vítima que o acusou
O suspeito que foi baleado pela Polícia Militar ao fugir da Central de Flagrantes no início da tarde desta quarta-feira (7), no bairro Portão, em Curitiba, contou ao delegado, antes de morrer, uma versão diferente da relatada pela suposta vítima que fez a denúncia que resultou em sua prisão. Logo após o jovem ser baleado por um policial em frente a um shopping da região, um motorista de aplicativo foi até a RICtv e contou que o rapaz o teria assaltado e sequestrado. Porém, a história ainda não foi esclarecida.
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Conforme a apuração do repórter Tiago Silva, da RICtv, o delegado Wallace de Oliveira Brito contou que João Baia, de 19 anos, foi encaminhado para a Central de Flagrantes após uma denúncia de um motorista de aplicativo. Baia, que morreu baleado, tinha mandados de prisão contra ele emitidas pela Justiça da Bahia e tentou mentir o nome ao se apresentar na delegacia.
O rapaz foi ouvido pelo delegado e deu uma versão diferente da que foi apresentada pelo motorista de aplicativo. A suposta vítima tinha dito que havia sido chamada por aplicativo para fazer uma corrida para um casal e que, no trajeto, foi abordada. O casal teria anunciado o assalto e sequestrado o motorista de aplicativo, colocando-o dentro do porta-malas do veículo e rodado até a residência dele para roubar dinheiro e um cartão de banco.
Na versão de João, no entanto, ele afirmou já conhecer o motorista de aplicativo. “Ele disse para nós que na verdade não foi isso, que eles estavam em um bar, todo mundo bebendo, que esse suposto sequestrado estava lá, tomando com todos, tomou junto também, já estava com uma garota lá. E posteriormente, depois de bebida, parece que tinha droga também, resolveram ir para a casa dessa testemunha. Foram para a casa desta travesti, lá ele permaneceu, disse que ele estava alegre e contente e, enquanto isso, o pessoal estava usando o carro dele. Depois, disse que o carro foi entregue na sequência lá, onde aconteceu toda essa situação e ele [João] foi trazido para cá [delegacia]”, contou o delegado.
A RICtv procurou novamente o motorista de aplicativo após ouvir o delegado e o homem manteve sua versão, afirmando que João estava mentindo.
O delegado Brito ainda explicou que o homem fugiu da Central de Flagrantes pulando uma janela do banheiro e que foi abordado por um policial do serviço reservado. Primeiro, o policial militar teria alegado que o jovem teria colocado a mão na cintura e puxado uma arma que, depois, teria sido verificado que seria falsa. No entanto, a Polícia Civil, por meio da assessoria de imprensa, enviou uma nota nesta quinta-feira (8), informando que o rapaz não estava armado, já que foi revistado na Central de Flagrantes.
Um procedimento policial foi instaurado para verificar qual a verdadeira versão da história.