
Quase 40 idosos viviam sem condições de higiene e foram resgatados com desidratação e desnutrição
Uma casa de apoio para idosos foi interditada pelo Ministério Público do Paraná em Guaratuba, no Litoral do Paraná. Uma inspeção realizada pelo órgão constatou precariedade das instalações e situação degradante dos internos.
A 1ª Promotoria de Justiça da Comarca acionou a Polícia Civil, e cinco pessoas foram presas em flagrante no local, incluindo os proprietários do estabelecimento. Os 39 internos, boa parte idosos, foram resgatados e transferidos para um hospital da região. Todos eles apresentaram quadro de desnutrição e desidratação.
Ainda conforme informações do MP, existem também relatos de abusos sexuais contra internos.
Segundo o MPPR, durante a inspeção, vários idosos foram encontrados trancados em um quintal, que tinha apenas uma precária casa de madeira para que pudessem se proteger do sol ou da chuva. Neste local não havia higienização, luz, comida, água ou ventilação. Ainda conforme o MP, o asilo não tinha alimentos e foram encontrados produtos vencidos na cozinha.
Os internos foram avaliados no hospital, e estavam desnutridos e desidratados. Quando receberem alta, serão encaminhados às famílias (que estão sendo procuradas) ou a estabelecimentos da rede de assistência social do município.
Diversas entidades estão envolvidas no trabalho de resgate dos idosos, como as secretarias de Saúde e do Bem Estar e Promoção Social e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Irregularidades
Segundo o MP, desde 2014 são apuradas várias irregularidades no estabelecimento, incluindo relatos de maus-tratos e abuso sexual. Estas irregularidades motivaram diversos procedimentos judiciais e extrajudiciais buscando a interdição da casa e a responsabilização dos proprietários.
Em agosto do ano passado, a Vigilância Sanitária chegou a determinar a interdição do local, que, entretanto, continuou funcionando. Há uma ação civil pública instaurada contra os proprietários, um procedimento administrativo para o encaminhamento dos pacientes a suas famílias ou responsáveis e um inquérito policial para apuração das responsabilidades criminais.
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