Um dos criminosos responsáveis pelo assassinato do sargento da Polícia Militar Antônio Carlos Pires, de 52 anos, no último sábado (26), na Cidade Industrial de Curitiba, chamou a vítima de verme por telefone, em uma ligação feita pouco tempo depois do crime. 

De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as ligações dos integrantes da quadrilha foram interceptadas e foi possível ouvir quando um deles diz “Matei um verme”. 

Integrantes de quadrilha matam sargento da PM 

Dos cinco suspeitos pelo crime, dois estão presos e foram apresentados nesta quarta-feira (30), enquanto os outros três permanecem foragidos. Conforme o coronel Hudson, da PM, todos são integrantes de uma quadrilha perigosa e que possui envolvimento com vários tipos de contravenções. 

Os dois suspeitos presos foram apresentados nesta quarta-feira (30). (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

“Toda a história é um pouco enrolada, tem a ver com tráfico de drogas, tem a ver com foragido da Colônia [Penal Agrícola], tem a ver com um indivíduo envolvido com o PCC, que é o caso do ‘ponto 40’. Então é uma quadrilha perigosa. Infelizmente, o sargento foi pego num momento de descuido, poderia ser qualquer cidadão”, disse o coronel. 

“Nós estamos todos enlutados, a Polícia Militar sangra, mas a sociedade sangra mais”, declarou ainda o coronel Hudson.

Suspeitos confessam o crime

Na delegacia, os dois suspeitos presos, ambos com 20 anos de idade, confessaram o crime. “Esses presos confessaram o envolvimento na morte do sargento Pires, deram detalhes de como esse crime foi praticado, passaram também o nome e a alcunha dos demais envolvidos”, explicou o delegado Thiago Nobrega, da Polícia Civil.

Bruno Correa da Silva é procurado pela polícia. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Além disso, a identidade de três dos criminosos foi confirmada através do confronto de suas digitais colhidas no carro usado na tentativa de assalto. O veículo foi roubado em Araucária, na região metropolitana da capital, e localizado nesta semana.  

Entenda o crime

O sargento da PM foi morto na rua Anjolilo Buzzetti, próximo ao viaduto da Vila Verde, quando parou o carro que dirigia para mandar uma mensagem para sua esposa. Segundo as investigações, a quadrilha seguia para realizar uma assalto a residência quando perceberam o veículo da vítima parado. 

O sargento estava em seu dia de folga, por isso, não usava farda no momento da abordagem, mas quando recebeu a voz de assalto, ele tentou pegar sua arma e foi atingido por dois disparos de arma de fogo na região do pescoço. Na sequência, os criminosos fugiram.

“Pelo o que a gente conseguiu apurar, no momento em que foi dada a voz de assalto, o Bruno Corinthiano bateu com o cano da arma no vidro do carro. O sargento, como estava com o celular na mão, estava com o interior do veículo um pouco iluminado e quando foi fazer o saque de sua pistola, o indivíduo viu que ele tava armado e efetuou dois disparos de imediato. Na sequência, por ser uma pistola, deduziu tratar-se de um policial e entrou de volta do veículo e fugiu”, disse o delegado Thiago Nobrega.

Testemunhas contaram que após ser ser ferido, o sargento, que estava há 28 anos na polícia, desceu do veículo com a arma em uma das mãos e caiu de joelhos no meia da rua enquanto pedia socorro. “Sou policial militar, estou ferido, preciso de ajuda”, teria dito antes de perder a consciência. 

Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. 

O celular do sargento foi recolhido para ser periciado.