
Seis pessoas foram presas por envolvimento na morte do atleta; relembre os principais acontecimentos sobre o assassinato cruel
Exatamente dois meses atrás, no dia 27 de outubro, um corpo foi encontrado na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A confirmação de que a vítima era o jogador Daniel Corrêa, 24 anos, veio apenas no dia 28 e foram necessários quatro dias para que Polícia Civil prendesse a primeira suspeita de envolvimento no assassinato: Cristiana Brittes, 35 anos. Edison Brittes, 38 anos, e Allana Brittes, 18 anos, foram presos no dia seguinte, mas, antes disso, pai e filha gravaram um vídeo onde afirmavam que o atleta tentou estuprar Cristiana.
Delegado afirma que não houve tentativa de estupro em Cristiana Brittes
Daniel foi assassinado após a festa de comemoração de 18 anos e Allana Brittes. Na ocasião, ele e outros amigos da jovem seguiram para a casa da família Brittes, na manhã do dia 27, depois que a casa noturna onde ocorreu o aniversário fechou. A morte do jogador foi motivada pelo fato de ele ter entrado no quarto do casal Brittes e ter tirado fotos com Cristiana. “Eu tenho certeza que houve um exagero muito grande na reação de Edison Brittes. Não havia a menor necessidade disso, ele teve tempo para pensar no que ele ia fazer, ele sai de casa com a vítima no porta-malas, ele roda de 15 a 20 minutos com todos eles dizendo para que simplesmente deixasse a vítima nua em algum lugar para passar vergonha. Ele teve tempo”, afirmou em entrevista Amadeu Trevisan, delegado responsável pelo caso.
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Veja a reportagem que relembra todos os detalhes sobre o crime:
Testemunhos revelam contradições
Os investigadores do caso logo encontraram contradições na versão do crime dada pela família Brittes. Novas testemunhas prestaram depoimento e outros quatro jovens foram presos: Eduardo da Silva, 19 anos; Ygor King, 19 anos; David Willian da Silva, 18 anos, e Eduardo Purkote, 18 anos. Eduardo foi solto dias depois, após ter sua participação no crime descartada pela polícia.
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Denunciados pelo assassinato do jogador
No dia 27 de outubro, 30 dias depois do assassinato, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ofereceu denúncia contra sete pessoas:
Edison Brittes: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;
Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
Allana Brites: coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
Eduardo da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
Ygor King: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
David Willian da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
Evellyn Brisola: denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho. A jovem que ficou com o jogador na noite do crime é a única que não está presa.
Allana Brittes postou fotos com o jogador Daniel depois do crime
Allana trocou mensagens por WhatsApp com a mãe de Daniel e mentiu
Edison Brittes telefonou para dar pêsames à mãe de Daniel
Assassinato do jogador completa um mês:
A RICTV Curitiba | Record PR preparou uma reportagem explicando todos os detalhes sobre o assassinato do jogador em novembro deste ano.
Família de acusados dão entrevista exclusiva
A tia de Ygor e a mãe de David falaram com exclusividade com a RICTV Curitiba | Record PR. Durante a entrevista, elas contam como a notícia do envolvimento dos dois com o crime trouxe dor e surpresa às suas famílias e pedem perdão para Eliane Corrêa, mãe do atleta. Para ambas Edison Brittes, naquele dia 27 de outubro, acabou com a família do jogador Daniel, de jovens com um futuro pela frente e destruiu a vida da própria filha e da esposa.
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Julgamento em 2019
Dois meses depois, a assistência de acusação considera que o processo corre rápido e acredita que o júri popular pode acontecer já em 2019. Os advogados de defesa dos acusados já apresentaram a resposta à acusação e arrolaram as testemunhas que serão ouvidas. Depois do parecer do Ministério Público, a juíza já pode marcar a audiência de instrução e julgamento.
Quem irá decidir, em um primeiro momento, quais os acusados irão à júri popular é a juíza responsável pelo processo. Se levado à segunda instância, a decisão fica a critério da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Ainda se houver falta de provas na participação de algum dos acusados, ele pode ser impronunciado, ou seja: não ir a júri. Outra hipótese é de desmembramento do processo, quando alguns réus entram com recursos e outros não. Nesse caso existe a possibilidade de alguns dos acusados serem julgados antes dos outros.
Enquanto isso Eliane Correa, mãe do jogador, espera pela Justiça que deverá punir os assassinos de seu único filho.