Curitiba - O escritório Elias Mattar Assad informou nesta terça-feira (27) que não faz mais parte da defesa de Edison Brittes e Cristiana Brittes, no processo da morte do jogador Daniel Correa Freitas, após quase dois anos. O motivo seria desentendimentos do casal.

Em nota, o escritório disse que os desentendimentos pessoais entre Edison e Cristiana Brittes deixaram a continuidade dos advogados de defesa inviável. Contudo, a advogada Caroline Mattar Assad continua na defesa de Allana Brittes.
“Na referida data da saída de nossa equipe, as partes Edison e Cristiana estavam com insuperáveis desentendimentos pessoais. Diante do conflito de interesses, eticamente, restou inviável prosseguir nas defesas”, dizia a nota.
Cristiana Brittes é esposa de Edison Brittes, que foi condenado a 42 anos de prisão pela morte do Jogador Daniel. A mulher também é mãe de Allana Brittes, que responde em liberdade, mas já foi presa duas vezes durante o processo.
David William Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Evellyn Brisola Perusso e Cristiana foram absolvidos pelo júri.
Caso Daniel – relembre o crime
Daniel morava em São Paulo e jogava pelo time Esporte Clube São Bento (SP) em 2018. O jogador viajou para Curitiba, onde já tinha morado durante passagem pelo Coritiba Foot Ball Club, em outubro. No dia 26, foi até uma balada sertaneja para comemorar o aniversário de 18 anos da então amiga Allana Emily Brittes. Em 2017, Daniel já tinha comparecido ao aniversário de 17 anos de Allana.

Edison Brittes Júnior e Cristiana Brittes, pais de Allana, também estavam na balada. Já na madrugada do dia 27 de outubro, a família e amigos de Allana decidiram estender a comemoração e alguns convidados foram até a casa da jovem, incluindo Daniel.
Na residência, em São José dos Pinhais, Daniel enviou um áudio em um grupo de amigos falando que estava no local e que havia várias mulheres. Depois, o jogador Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, com a mulher desacordada, na cama do quarto da mulher.
Este foi o último contato de Daniel com os amigos. Com o desaparecimento do jovem, familiares ficaram desesperados e chegaram a contatar Allana, que afirmou que não sabia de nada.
Segundo o depoimento de Edison Brittes, ele ouviu a esposa gritando no quarto e, ao chegar, percebeu que a porta estava trancada. O suspeito relatou que arrombou a porta, encontrou Daniel em cima de Cristiana e começou as agressões. Daniel foi espancado na casa, colocado no porta-malas do carro de Edison e levado até um matagal. Além de Edison, três amigos de Allana, David William Vollero Silva, atual marido da jovem, Eduardo Henrique Ribeira da Silva e Ygor King também entraram no carro.
Allana, Cristiana, e uma amiga de Allana, Evellyn Brisola Perusso, ficaram em casa. A residência foi limpa e Evellyn contou em depoimento que só foi liberada após fazer almoço para a família. Em um matagal na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, o jogador Daniel teve o pescoço cortado e o pênis decepado. Em novembro, Edison Brittes confessou o assassinato e foi preso.
Edison Brittes aponta Cristiana como pivô do crime
Brittes apontou a ex-esposa, Cristiana Brittes, como pivô do crime em 2018. Ele está preso em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Em entrevista exclusiva para a repórter Thais Furlan, da RECORD TV, Edison deu detalhes de quando entrou no quarto e contou sua versão da história. Além disso, afirmou que matou o jogador a mando de Cristiana.
“Sai com o Daniel depois de um tempo, passo pela sala e escuto a Cristiana falar para mim: ‘Olha, não mata aqui. Não mata esse cara aqui dentro de casa. Mata lá na rua’. Aquilo me soa como um isqueiro, um estopim. Minha ideia era ficar ali e chamar a polícia. As duas meninas confirmaram que ouviram isso. Estou falando o que aconteceu, não estou aqui para culpar ninguém Não falei antes porque queria protegê-la”, afirmou Brittes.
Ao ser questionado se a versão foi apresentada porque se separou de Cristiana, Edison disse que não tem magoa da ex-esposa. Além disso, afirmou que decidiu matar Daniel quando recebeu uma mensagem de Cristiana com as fotos enviadas pelo jogador a um primo.
“Estava seguindo pela BR, quando recebi uma ligação. Eram da Cristiana. Eu rejeitei duas vezes, até que ela me mandou mensagem com três fotos dela na cama que o Daniel tinha filmado. Vejo essas fotos e uma mensagem de voz junto dela onde ela diz: ‘Mata. Olha o que ele fez. Mata!’. Na hora que eu ouvi o áudio eu decidi matá-lo”, afirmou.
Brittes afirmou também que o celular do jogador Daniel foi destruído na casa e não por ele. O condenado pelo crime disse que na mesma semana levou o celular da ex-esposa para resetar e que tem o conteúdo relatado salvo no seu celular.
“No momento certo vai aparecer (mensagens da ex-esposa). Quem vai ter acesso ao telefone primeiro é a Justiça”, retrucou Edison.
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