Curitiba - O caso da morte de Raissa Suellen Ferreira continua a levantar dúvidas, mesmo após a conclusão do inquérito policial. Uma das principais perguntas que têm movido a investigação da morte da jovem que foi encontrada dentro de uma cova rasa em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, é a motivação para o crime. Relatórios obtidos pelo jornalista Pedro Neto, da RICtv, mostram possíveis contradições nas versões apresentadas pelo humorista Marcelo Alves e o filho dele. 

Caso Raíssa: novidades nas investigações
Raíssa foi encontrada morta no dia 12 de junho (Foto: reprodução / redes sociais)

Em um dos documentos, a equipe de investigação da Polícia Civil do Paraná detalha o que foi encontrado no celular do humorista. Uma semana antes do crime, Marcelo conversa com Raíssa sobre a falsa proposta de emprego no estado de São Paulo. 

“Aí, você vai ficar lá e vai tomar conta de tudo, a gente vai acertar tudo certinho como que é. Se você quer receber um fixo ou uns três aluguéis de uma quitinete ou um fixo, tudo isso aí a gente vai acertar na segunda, valores, entendeu?! Ai, já te adianto alguma coisa também , pra você ficar de boa lá”, escreveu Marcelo.

A promessa de Marcelo era que a jovem administraria uma pensão na cidade de São Paulo. Além de ter um bom salário, iria ter que lidar com menos despesas do que em Curitiba. A vítima então demonstrou entusiasmo. 

“Não, pra mim só de ter um lugar pra ficar sem precisar pagar aluguel já tá ótimo. Nossa, (inaudível) a hora”, respondeu Raíssa Suellen.

Caso Raíssa: comediante usou proposta para atrair jovem 

Conforme a polícia, o comediante usou a proposta de emprego para atrair a jovem para a casa dele. O plano continuou entre o fim do mês de maio e começo de junho, quando Marcelo marcou de buscá-lá para levá-lá até São Paulo. 

Raíssa Suellen então embarcou no carro com Marcelo. Um vídeo mostrou os últimos momentos de vida da jovem, se despedindo das amigas (assista abaixo)

Comediante foi o último a ver a menina (Vídeo: reprodução / RICtv)

De acordo com as investigações, Marcelo levou Raíssa para almoçar e depois foi até em casa. Câmeras de segurança mostraram os dois chegando por volta das 12h. Em seguida, o filho do humorista chega de moto por volta das 14h. Depois disso, ele entrou e saiu de casa durante as três horas seguintes. 

Celular do filho do humorista fica fora de área 

Para a polícia, a miss já estava morta e o Dhony fazia de tudo para sumir com os pertences da garota. Um dos relatórios aponta que o filho do comediante ficou com o celular fora de alcance por várias horas no dia do crime. Os investigadores acreditam que isso foi feito de forma proposital. 

Menina sorindo de umlado e cama em que foi morta de outro
Pai está detido, já o filho responde em liberdade (Foto: Reprodução/ RICtv)

O documento aponta que o sinal do celular sumiu perto das 14h15, quando ele chegou na casa do pai. A localização só volta a funcionar no fim da tarde, quando Dhony vai até um posto de combustíveis para comprar um galão com gasolina. Ele precisava abastecer o carro e teria levado o aparelho para pagar o produto. 

Depois disso, o rapaz volta para casa, deixa o celular e sai de carro com o pai, com o corpo da vítima no porta-malas. Para a polícia, Dhony tentou esconder as evidências e principalmente a ocultação de cadáver. 

Celular da vítima e de Marcelo emitem sinal no mesmo local 

O mesmo documento mostra ainda as localizações dos dois aparelhos de Marcelo. No dia seguinte ao crime, no dia 3 de junho de 2025, o celular do comediante estava perto do Parque Barigui, junto com o aparelho celular de Raíssa Suellen. Os policiais acreditam que ele tenha descartado o celular nesse momento. 

Nesse momento, Raíssa já era tratada como desaparecida. As primeiras pessoas a serem acionadas foram Marcelo e Dhony. O rapaz chegou a mandar um áudio justificando o que teria acontecido. Além disso, a polícia descobriu que o humorista chegou a enviar áudio para a vítima, para tentar se afastar do crime. 

Perícia indica que humorista e filho possam ter planejado fuga

De acordo com a apuração do repórter Leonardo Gomes, da RICtv Curitiba, a perícia no celular dos suspeitos apontam indícios de que os dois possam ter planejado uma fuga. Marcelo começou a vender vários itens pessoais, como ferramentas. Para os investigadores essa foi uma atitude para juntar dinheiro rapidamente. 

Os investigadores também ouviram de testemunhas que três dias antes do crime, Marcelo foi até um aviário e comprou uma lona preta semelhante a que estava com o corpo de Raíssa. Além disso, a sacola fornecida pelo comércio é a mesma escolhida para cobrir o corpo. 

Os elementos levantaram suspeitas na polícia de que os dois podem ter planejado o crime com dias de antecedência. Marcelo permanece preso e a defesa dos dois afirma que a motivação do crime foi uma violenta emoção e que o humorista está disposto a pagar pelo crime.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.