Curitiba - Relatórios da Polícia Civil apontam que o comediante Marcelo Alves, preso pela suspeita da morte da jovem Raíssa Suellen, em junho deste ano em Curitiba, enviou um áudio para o celular da jovem após o crime. Os investigadores acreditam que ele usou o conteúdo para tentar se livrar da culpa. Documento aponta também que ele e o filho podem ter premeditado o assassinato da garota. 

Humorista tentou disfarçar a culpa pela morte de Raíssa
O celular de Raíssa emitiu sinal no mesmo lugar do humorista após o crime (Foto: reprodução / redes sociais)

De acordo com o relatório obtido pelo jornalista Pedro Neto, da RICtv Curitiba, no dia seguinte ao assassinato de Raíssa, no dia 3 de junho de 2025, o celular do comediante estava perto do Parque Barigui, junto com o aparelho celular de Raíssa Suellen. Os policiais acreditam que ele tenha descartado o celular nesse momento. 

Contudo, ao ser questionado pela família da jovem sobre o então desaparecimento dela, o humorista chegou a encaminhar o áudio para a vítima, para tentar se afastar do crime. 

“Oh, Raissa. Boa noite! Rapaiz, onde é que tu tá, em “bicha”. Entra em contato, tá todo mundo preocupado com tu aqui, cara. Faz tempo, desde segunda-feira que tu não entra em contato com ninguém. Aparece, aparece pelo amor de deus, cara. Ta todo mundo preocupado e a gente tá se virando aqui nos trinta pra ver o que pode pra fazer pra… fala com um e com outro pra saber onde tu tá. Entra em contato com nóis ai, oh, “homi de deus”. Pelo amor de deus, pelo amor de deus.”

Polícia acredita que comediante premeditou crime

Em um dos documentos, a equipe de investigação da Polícia Civil do Paraná detalha o que foi encontrado no celular do humorista. Uma semana antes do crime, Marcelo conversa com Raíssa sobre a falsa proposta de emprego no estado de São Paulo. 

“Aí, você vai ficar lá e vai tomar conta de tudo, a gente vai acertar tudo certinho como que é. Se você quer receber um fixo ou uns três aluguéis de uma quitinete ou um fixo, tudo isso aí a gente vai acertar na segunda, valores, entendeu?! Ai, já te adianto alguma coisa também , pra você ficar de boa lá”, escreveu Marcelo.

A promessa de Marcelo era que a jovem administraria uma pensão na cidade de São Paulo. Além de ter um bom salário, iria ter que lidar com menos despesas do que em Curitiba. A vítima então demonstrou entusiasmo. 

“Não, pra mim só de ter um lugar pra ficar sem precisar pagar aluguel já tá ótimo. Nossa, (inaudível) a hora”, respondeu Raíssa Suellen.

Caso Raíssa: novidades nas investigações
Raíssa foi encontrada morta no dia 12 de junho (Foto: reprodução / redes sociais)

Caso Raíssa: comediante usou proposta para atrair jovem 

Conforme a polícia, o comediante usou a proposta de emprego para atrair a jovem para a casa dele. O plano continuou entre o fim do mês de maio e começo de junho, quando Marcelo marcou de buscá-lá para levá-lá até São Paulo. 

De acordo com as investigações, Marcelo levou Raíssa para almoçar e depois foi até em casa. Câmeras de segurança mostraram os dois chegando por volta das 12h. Em seguida, o filho do humorista chega de moto por volta das 14h. Depois disso, ele entrou e saiu de casa durante as três horas seguintes. 

Perícia indica que humorista e filho possam ter planejado fuga

De acordo com a apuração do repórter Leonardo Gomes, da RICtv Curitiba, a perícia no celular dos suspeitos apontam indícios de que os dois possam ter planejado uma fuga. Marcelo começou a vender vários itens pessoais, como ferramentas. Para os investigadores essa foi uma atitude para juntar dinheiro rapidamente. 

humorista com nariz de palhaço de um lado e miss de outro
O homem se dizia apaixonado pela jovem (Foto: Reprodução/ Redes sociais)

Os investigadores também ouviram de testemunhas que três dias antes do crime, Marcelo foi até um aviário e comprou uma lona preta semelhante a que estava com o corpo de Raíssa. Além disso, a sacola fornecida pelo comércio é a mesma escolhida para cobrir o corpo. 

Os elementos levantaram suspeitas na polícia de que os dois podem ter planejado o crime com dias de antecedência. Marcelo permanece preso e a defesa dos dois afirma que a motivação do crime foi uma violenta emoção e que o humorista está disposto a pagar pelo crime.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.