Curitiba - Testemunhas-chave ouvidas pela polícia no início desta semana confirmaram que Douglas Romanoviski alugou o apartamento de Fábio Souza em fevereiro. Esses depoimentos derrubam de vez a versão de Douglas sobre a compra do imóvel nas investigações sobre desaparecimento de mãe e filho. As novas declarações reforçam a tese da polícia de que Douglas matou o amigo Fábio e a mãe dele, Maria Auxiliadora, para roubar dinheiro e tomar posse dos bens das vítimas.

Douglas é acusado de duplo latrocínio. Polícia segue investigando desaparecimento de mãe e flho
Preso, Douglas nega as acusações. Polícia não tem dúvidas de que ele é culpado (Foto: Reprodução/ RICTV)

Depois disso, segundo a polícia, Douglas passou a usar o celular de Maria Auxiliadora para se passar por ela, enganando amigos, familiares e a própria polícia, enquanto roubava dinheiro das contas das vítimas e tomava bens de Fábio Souza, como o carro e o apartamento.

Desaparecimento de mãe e filho: namorada e pai de Douglas dão informações reveladoras

Fontes ligadas à investigação confirmaram à Coluna Arquivo Aberto que a namorada de Douglas disse, em depoimento, que o companheiro havia alugado o apartamento em fevereiro. Após o desaparecimento de Fábio e Maria Auxiliadora, Douglas teria dito à namorada, em tom de comemoração, que havia comprado o imóvel, sem explicar como.

O pai de Douglas também contou à polícia que o filho alugou o apartamento e comentou não ter condições de comprá-lo, embora desejasse. Essa informação sobre a situação financeira de Douglas desmonta a versão da compra e desmente outra mentira contada por ele.

Para justificar os mais de R$ 30 mil transferidos da conta de Maria Auxiliadora para a sua, Douglas alegou ter emprestado R$ 50 mil a Fábio. Na versão do acusado, esse valor teria sido devolvido, em partes, com as transferências feitas da conta de Maria Auxiliadora.

O depoimento do pai prova que Douglas mente tanto sobre a compra do apartamento quanto sobre o suposto empréstimo. Para a polícia, essas versões serviriam para encobrir os roubos cometidos por Douglas após o desaparecimento de mãe e filho e seus assassinatos.

Namorada nega briga com Douglas

A Polícia Civil acredita que Douglas escondeu os corpos de Fábio e Maria Auxiliadora em Antonina, no litoral do estado, baseando-se no sinal dos celulares de Douglas e da vítima acessando a mesma torre no município.

Douglas, no entanto, apresentou outra versão: disse que brigou com a namorada naquela noite e, para espairecer, decidiu dirigir sem rumo. Ele alegou ter planejado ir a São Paulo, mas acabou descendo a Serra da Graciosa e chegando a Antonina. A namorada de Douglas negou qualquer briga na data investigada, desmentindo a versão do acusado.

Douglas foi preso, mas nega acusações

Quem assistiu ao interrogatório destacou a arrogância de Douglas. Irônico e, em alguns momentos, sorridente, ele negou todas as acusações.

Tão seguro em sua versão, chegou a afirmar à delegada Vanessa Cristina que “a polícia sabe de tudo”. Mal sabe Douglas que, mesmo que a delegada não saiba tudo, sabe muito mais do que demonstra.

Entre mentiras e fantasias sobre o desaparecimento de mãe e filho, Douglas segue preso, carregando consigo segredos sobre o fim do amigo que tanto lhe ajudou. Possivelmente, também carrega nas mãos o sangue de Fábio e Maria Auxiliadora.

Embora Douglas ainda esconda muito, a delegada Vanessa Cristina e sua equipe estão adiantadas nas investigações. Reviravoltas devem acontecer nos próximos dias. A história ainda não acabou; ela apenas começou para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Curitiba.

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jornalista pedro neto posando para foto, de camisa preta e com o fundo branco
Pedro Neto

Colunista

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.

Pedro Neto é curitibano, jornalista investigativo e especialista em gestão de crises. Com mais de 20 anos de estrada, acompanha de perto os bastidores dos casos criminais que mais repercutem no Paraná e no Brasil.