Disputa de terra: envolvidos em tiroteio relatam ter reagido a disparos
Duas pessoas envolvidas no tiroteio por disputa de terra, que terminou com quatro pessoas mortas em Bom Jesus do Sul, no Sudoeste do Estado prestaram depoimento na Polícia Civil e relataram que revidaram os disparos.
O depoimento foi realizado pelo agricultor Francisco Bini e o genro dele Paulo Faé, que apresentaram a suas versões acompanhados dos advogados. Várias imagens do momento do tiroteio foram registradas em vídeo, e, aproximadamente, 30 disparos foram efetuados, sendo que pelo menos 16 atingiram o casal.
“Ambos relataram que o Claudio, que morreu no local, realizou o primeiro disparo em um dos investigados, que não foi atingido. Na sequência, Rafael [um dos agricultores] veio em direção à Claudio e acabou executado. O pai [Francisco Bini] vendo a situação confessa que efetuou alguns disparos contra o Claudio. O genro dele e cunhado do Rafael, também atirou contra o Claudio. Janaina teria disparado no Acelino [uma das vítimas]. Ao perceber que estava atirando em seu amigos, o Paulo [genro de Francisco] também atirou contra ela. Um amigo do casal, que estava a alguns metros do local, realizou cerca de dois ou três disparos em direção ao grupo.”
Emerson Ferreira – Delegado de Polícia
O casal de comerciantes Claudio e Janaina Silvestre morreram na hora. Um dos agricultores morreu enquanto era levado até o posto de saúde. O outro produtor rural não resistiu aos ferimentos e morreu na quarta-feira (16) em um hospital de Francisco Beltrão.
Logo depois do crime, o amigo do comerciante, que teve um ferimento na perna, prestou depoimento na cidade de Barracão e foi preso, mas foi liberado após audiência de custódia.
Disputa
De acordo com o delegado Emerson Ferreira, os agricultores haviam plantado soja e iam até o local para cuidar da plantação. Ao descobrir que a propriedade estava sendo usada, o comerciante foi até lá para tirar satisfação. Um dos produtores rurais e o comerciante afirmam serem donos da faixa de terra e a questão já era discutida judicialmente. No entanto, o delegado afirma que há várias versões sobre o fato e estão sendo apresentadas sobre o processo civil.
A Polícia Civil agora aguarda o resultado de alguns laudos e da perícia. Eles têm um prazo de 30 dias para concluir o inquérito.