Curitiba - Edison Brittes fez novas revelações sobre o crime que resultou na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas. Condenado a 42 anos e 5 meses de prisão, o ex-empresário concedeu uma entrevista exclusiva, direto do sistema penitenciário, para o programa Doc Investigação, da RECORD TV. Entre as novas revelações, está uma suspeita sobre o abuso sofrido por Cristiana Brittes, no dia do crime.

Montagem com duas fotos, na primeira aparece Cristiana e Daniel na cama e na segunda Edison Brittes na prisão
Em nova versão, Edison Brittes questiona abuso sofrido por Cristiana Brittes (Foto: Reprodução/ RECORD TV)

Nesta nova versão, Edison confessou que durante o julgamento, o objetivo era proteger Cristiana, porém, agora divorciado, pretende que ela pague pelas responsabilidades. Além disso, o homem declarou que foi traído pela companheira, enquanto estava preso. Para o condenado, Cristiana foi a mandante do crime.

“A ideia era protege a Cristiana. Nesse cenário (após o divórcio), não mais. Eu não consigo entender como o autor está preso e condenado e a mandante foi absolvida”, declarou Edison.

Além de apontar a ex-companheira como a mandante do crime, Edison colocou em dúvida o abuso sofrido por Cristiana, que foi encontrada na cama com o jogador Daniel. Na entrevista, o condenado comentou sobre o momento em que abriu a porta e viu a cena dos dois na cama.

“Eu peguei ela no pulo com o cara, o cara em cima dela. Eu bati nela, quando eu derrubei ela da cama, eu queria entender o que era aquilo. Daí ela não disse nada, só caiu da cama e pulou a janela”, comentou Edison.

A versão que Cristiana também teria sido agredida por Edison no quarto, foi confirmada por uma testemunha em depoimento. 

“Uma testemunha diz que Cristiana também levou uns tapas de Edison. Tem um depoimento de Evellyn na delegacia, que diz que Cristiana também apanhou, assim como Daniel apanhou. Aí eu coloco essa dúvida no ar, por que Cristiana teria apanhado de Edison?”, comentou Nilton Ribeiro, assistente de acusação.

Antes do crime, Cristiana havia registrado denúncias de ameaças de Edison. Segundo o condenado, a ocorrência foi durante uma briga devido a ciúmes. 

Cristiana alega que fotos comprovam abuso

Cristiana Brittes, que cumpriu um ano de condenação em regime aberto, declara que as provas do abuso são claras, pelas fotos enviadas pelo jogador Daniel. A mulher ainda disse que os momentos que passou presa foram injustos.

“Fui jogada em uma prisão com uma bandida, ninguém viu meu lado de mulher que foi violado, que fui invadida por uma pessoa que estava dentro do meu quarto […] sou grata por ele (Daniel) deixar essas fotos, ele deixou a maior prova que estava abusando de uma mulher indefesa”, comentou Cristiana em entrevista a RECORD TV.

Em entrevista, Edison Brittes afirma que Cristiana mandou matar Daniel Corrêa por mensagem de voz: “Mata. Olha o que ele fez.”
Cristiana foi condenada por homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo. (Foto: reprodução / redes sociais)

Para o promotor de justiça João Milson Salles, Cristiana não teve culpa na morte de Daniel. “Ela se viu envolvida na situação e não teria como controlar a conduta das pessoas que estavam fazendo isso com Daniel”, concluiu.

Edison Brittes permanece preso em São José dos Pinhais e aguarda o julgamento de recursos judiciais. Veja o trecho do programa Doc Investigação, da RECORD TV:

Caso Daniel – relembre o crime

Daniel morava em São Paulo e jogava pelo time Esporte Clube São Bento (SP) em 2018. O jogador viajou para Curitiba, onde já tinha morado durante passagem pelo Coritiba Foot Ball Club, em outubro. No dia 26, foi até uma balada sertaneja para comemorar o aniversário de 18 anos da então amiga Allana Emily Brittes. Em 2017, Daniel já tinha comparecido ao aniversário de 17 anos de Allana.

Jogador Daniel Corrêa foi encontrado morto na manhã do dia 27 de outubro de 2018
Jogador Daniel Corrêa foi encontrado morto na manhã do dia 27 de outubro de 2018 (Foto: Divulgação)

Edison Brittes Júnior e Cristiana Brittes, pais de Allana, também estavam na balada. Já na madrugada do dia 27 de outubro, a família e amigos de Allana decidiram estender a comemoração e alguns convidados foram até a casa da jovem, incluindo Daniel.

Na residência, em São José dos Pinhais, Daniel enviou um áudio em um grupo de amigos falando que estava no local e que havia várias mulheres. Depois, o jogador Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, com a mulher desacordada, na cama do quarto da mulher.

Este foi o último contato de Daniel com os amigos. Com o desaparecimento do jovem, familiares ficaram desesperados e chegaram a contatar Allana, que afirmou que não sabia de nada.

Segundo o depoimento de Edison Brittes, ele ouviu a esposa gritando no quarto e, ao chegar, percebeu que a porta estava trancada. O suspeito relatou que arrombou a porta, encontrou Daniel em cima de Cristiana e começou as agressões. Daniel foi espancado na casa, colocado no porta-malas do carro de Edison e levado até um matagal. Além de Edison, três amigos de Allana, David William Vollero Silva, atual marido da jovem, Eduardo Henrique Ribeira da Silva e Ygor King também entraram no carro.

Allana, Cristiana, e uma amiga de Allana, Evellyn Brisola Perusso, ficaram em casa. A residência foi limpa e Evellyn contou em depoimento que só foi liberada após fazer almoço para a família. Em um matagal na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, o jogador Daniel teve o pescoço cortado e o pênis decepado. Em novembro, Edison Brittes confessou o assassinato e foi preso.

Cristiana Brittes é ex-esposa de Edison Brittes, que foi condenado a 42 anos de prisão pela morte do Jogador Daniel. A mulher também é mãe de Allana Brittes, que responde em liberdade, mas já foi presa duas vezes durante o processo.

David William Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Evellyn Brisola Perusso foram absolvidos pelo júri.

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Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.