Curitiba - Edison Brittes, condenado a 42 anos de prisão pela morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, disse que recebeu áudios da ex-esposa, Cristiana Brittes, onde ela pediu para ele matar o jogador no dia 27 de outubro de 2018. Brittes apontou a ex-mulher como pivô do assassinato de Daniel.

Em entrevista exclusiva para a repórter Thais Furlan, da RECORD TV, Edison disse que recebeu ligações da ex-esposa e, em seguida, mensagens com as fotos dela com Daniel na cama, conteúdo que anteriormente foi enviado pelo próprio jogador pelo celular dele a um primo antes de ser assassinado.
“Estava seguindo pela BR, quando recebi uma ligação. Eram da Cristiana. Eu rejeitei duas vezes, até que ela me mandou mensagem com três fotos dela na cama que o Daniel tinha filmado. Vejo essas fotos e uma mensagem de voz junto dela onde ela diz: ‘Mata. Olha o que ele fez. Mata!’. Na hora que eu ouvi o áudio eu decidi matá-lo”, afirmou.

Além disso, Brittes confirmou que essas mensagens continuam em seu celular. A repórter então pede para ele apresentar, mas o condenado pela morte de Daniel nega e dá uma justificativa para a decisão.
“No momento certo vão aparecer (mensagens da ex-esposa). Quem vai ter acesso ao telefone primeiro é a Justiça”, retrucou Edison.
Caso Daniel: Edison Brittes dá detalhes do crime
Edison diz que quando entrou no quarto, encontrou Daniel em cima da ex-esposa, quando começou a bater no jogador. Ele disse que ficou sem entender o que estava acontecendo, mas que seguiu agredindo o rapaz.
“Abri o blackout e o vi em cima da Cristiana. Eu pulo a janela, olho aquilo e comecei a bater nele. Em determinado momento ele me falou que ela o chamou, mas eu continuei batendo nele. Eu não consegui entender o que estava vendo. Até então, era uma violência sexual, mas eu só conseguir ver os dois na cama”, afirmou.
O condenado pela morte do jogador disse também que nesse momento, os meninos entraram no quarto e perguntaram o que estava acontecendo e que em nenhum momento procurou acabar com a sua vida.
“Eu não quis isso para mim, para minha vida. Eu não fui procurar. Lá é minha casa, meu lar, a cama que eu dormia. Foram atiçar a raiva e a violência dentro de uma pessoa aparentemente tranquila. Eu bato no peito e assumo que matei, mas outros agridem e não falam nada, nem aparecem nos autos. Não é assim que funciona, não é mesmo”, disse.
Arrependimento
Edison disse também a repórter Thais Furlan que se arrependeu do crime e que agiu sozinho no assassinato do jogador.
“Ninguém me ajudou. O David, Igor e Eduardo não mataram ninguém. Infelizmente eu fiz esse crime sozinho, por isso foram absolvidos. Se estivessem errados, eu com toda certeza os teria entregado”, defendeu.
Brittes falou também que não houve requinte de crueldade e que degolou Daniel antes da emasculação. Ele disse ainda que estava sob efeito de bebida alcoólica, não estando em seu juízo perfeito.
“O fato dele ter feito o que fez, estar por cima da minha mulher me fez fazer aquilo. Só que eu estava embriagado. Comecei a beber às 19h e isso foi às 8h da manhã. Eu tentei, mas os percalços no caminho me levaram a isso. ‘Fala uma coisa aqui, mata e etc’, isso tira o foco e coloca no que é errado”, contou.
Edison Brittes disse que se arrepende todos os dias do crime, mesmo que o jogador tenha cometido um erro. Além disso, afirmou que faria diferente e que teria chamado a polícia no dia em que tudo aconteceu.
“Essa tragédia não tem concerto. Ele errou, errou. Mas era filho, neto e pai de alguém. Ninguém merece morrer. Não temos direito de matar ninguém. As pessoas que cometem crimes devem ficar presas e pagar”, concluiu.
Edison está preso em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Cristiana Brittes é ex-esposa de Edison Brittes. A mulher também é mãe de Allana Brittes, que responde em liberdade, mas já foi presa duas vezes durante o processo.
David William Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Evellyn Brisola Perusso foram absolvidos pelo júri.
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