Curitiba - Duas filhas de Cícero de Souza Guedes, conhecido como o palhaço Chumbrega, protagonizaram uma briga ao vivo durante o Cidade Alerta Curitiba nesta quinta-feira (15). O palhaço, que estava desaparecido desde o dia 9 de maio, foi encontrado esquartejado. Gustavo, filho da vítima, confessou o crime e foi preso. Conforme Camila, irmã do suspeito, o rapaz sempre apresentou um comportamento agressivo. O crime chocou moradores de São Mateus do Sul, no sul do Paraná.

O jovem, que também estava desaparecido desde o dia 9 de maio, foi encontrado pela polícia na Vila Palmeirinha. Ele usava calça jeans, blusa de moletom e levava uma mochila. Em depoimento, revelou ter cometido o crime sozinho, sem ajuda de terceiros, e detalhou as ações após o assassinato. Segundo ele, o palhaço foi esquartejado no banheiro da residência e, depois de uma tentativa frustrada de desmembramento na sala, que sujou todo o cômodo, ele limpou a casa antes de sair.
“Eu comecei a cortar na sala, daí sujou tudo. Fui para o banheiro, daí limpei tudo antes de sair. […] Levei [as partes do corpo] de bicicleta”, contou o suspeito ao delegado.
Após a confissão, ele indicou onde havia descartado os restos mortais. Equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros localizaram parte do corpo de Cícero debaixo de uma ponte, em um rio da região. As investigações seguem em andamento, e a causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
O suspeito está preso e à disposição da Justiça. A polícia apura as motivações para o crime.
Briga ao vivo das irmãs sobre o crime contra palhaço esquartejado
Após o assassinato do palhaço Chumbrega, as irmãs entraram em conflito durante uma conversa que expôs o histórico conturbado de Gustavo, autor do crime. Depoimentos apontam para anos de episódios de agressões, abandono familiar e ameaças que antecederam o homicídio.
De acordo com uma das irmãs, Gustavo foi morar com ela em Curitiba após a guarda temporária ser concedida.
“O relacionamento com meu pai… ele (o pai) foi morar um tempo comigo e, por fim, ele acabou voltando, porque eu peguei a guarda do Gustavo, temporária, porque a mãe dele (do Gustavo) não queria mais ele. Meu pai não podia morar com o Gustavo, então ele foi pra casa”, relatou.
Apesar de descrever Gustavo como um “bom menino no começo”, Camila contou que, com o tempo, o comportamento dele mudou drasticamente.
“Ele agrediu as crianças na escola, se envolveu com maconha, passou a roubar minha casa. Era bem rebelde. Ele falava várias vezes que ia matar meu pai porque tinha raiva”, complementou.
Durante a conversa, Caroline, outra irmã do suspeito que reside em São Mateus do Sul, discutiram sobre quem teria se recusado a ajudar Gustavo em momentos críticos.
“Vocês não queriam ele”, disse Camila, acusando os demais da família que estavam em São Mateus do Sul de negligência e, por esse motivo, o Gustavo teria ido morar com ela.
Além disso, Camila também disse que numa época, todos ajudaram o suspeito. “Todo mundo ajudou ele, a escola ajudou ele. Ele afundava a cabeça das crianças na escola”.
O conflito familiar se intensificou com a lembrança de um processo judicial. “Tem um papel lá em casa de processo que a senhora Camila processou o próprio pai e a minha mãe por abandono do meu irmão”, afirmou Caroline na discussão.
Durante a troca de acusações, a irmã questionou por que Camila nunca contou que Gustavo ameaçava matar o pai. A resposta foi: “Porque o pai fugiu para cá e ele (o Gustavo) ficou na minha casa. E falou: ‘Eu quero voltar para a vida de crime’. Eu sabia que ele ia acabar matando o pai”.
Em meio ao desabafo, Camila afirmou que o crime foi intencional.
“Ele premeditou tudo. Meu pai não merecia isso. Meu pai tava convivendo na minha casa comigo e ele tirou a vida do pai que nem um cachorro.”
Camila declarou ter pedido ajuda anteriormente e recebido uma resposta fria da família que mora em São Mateus do Sul: “‘O Gustavo é problema teu’”.
No meio da discussão, Caroline saiu em defesa do irmão, mas também expressou perplexidade com o ocorrido.
“Porque eu convivi com meu irmão, a gente tinha relação antiga, mas eu não vejo ele fazendo isso. Eu quero saber o porquê. Não é questão de defender. Ninguém é santo nesse mundo, mas eu quero saber por que meu irmão fez. Não precisa também: ‘O pai morreu, ele é santo, e meu irmão é o monstro’”.
Apesar da fala conciliadora, Caroline já havia solicitado uma medida protetiva contra Gustavo.
“É o que eu digo, ele não fazia nada grave, mas me agredia com palavras. Eu tava meio que exausta, queria ver ele longe. ‘Ah, se eu ver um dia o Gustavo, tudo bem’. Mas nós estarmos todo dia ali, aquela discussão, não estava dando certo.”
Veja o momento da discussão entre as irmãs:
Comoção na cidade
Cícero de Souza Guedes era conhecido por seu trabalho como artista e palhaço. Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte de Chumbrega, figura popular em festas e eventos da região.
“Descanse em paz, Chumbrega. A alegria que você sempre trouxe para todo mundo não foi em vão. Que Deus te coloque em um ótimo lugar. Você merece, eterno Palhaço Chumbrega”, escreveu um amigo.
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