Curitiba - Anne Leigh McKenzie, jovem sul-africana de 27 anos encontrada morta em um apartamento no bairro Batel, em Curitiba, havia denunciado episódios graves de violência sofridos pelo americano Ian Alexander Bruder Hay. Os dois foram encontrados mortos em uma cobertura no domingo (20).

De acordo com as informações apuradas pela Banda B, Anne criou uma vaquinha virtual, em novembro de 2023, para pedir ajuda financeira, afirmando ter sido agredida, mantida em cativeiro e ameaçada de morte por ele. A Polícia Civil do Paraná acredita que ela foi morta por ele e, em seguida, o americano tirou a própria vida.
“Meu nome é Leigh-Anne, tenho 26 anos e atualmente moro em Houston. Minha história é a seguinte… No dia 31 de outubro, fui agredida, mantida em cativeiro e ameaçada de morte. Isso foi feito pelo cara com quem eu estava morando temporariamente. Ele me disse inúmeras vezes que ia me matar. Como eu temia pela minha segurança, tentei escapar do apartamento. Corri para a porta; veja bem, havia três fechaduras, então foi uma corrida contra o tempo. Assim que a terceira fechadura foi destrancada, ele me agarrou pelas costas e me puxou. Fui puxada com tanta força que caí e bati a cabeça, o ombro e as costas no chão. Sofri três fraturas na coluna, além de uma laceração na têmpora direita. Não terminou aí. Ele continuou a me torturar por mais algumas horas. Pensei que não sairia viva. Ele me disse inúmeras vezes que não tinha escolha a não ser acabar com a minha vida, pois sabia que iria para a cadeia se eu conseguisse sair e chamar a polícia. Sim, você está se perguntando por que eu não pedi ajuda? Bem, acontece que ele quebrou meu telefone e o laptop para garantir que eu não pudesse pedir ajuda. Ele admitiu isso também”, disse a jovem morta no apartamento.
Na vaquinha, Anne dizia estar sem renda, pois seu visto de trabalho havia vencido, e precisava de ajuda para comprar medicamentos e roupas.
Jovem encontrada morta em apartamento chegou ao Brasil horas antes do crime
Anne chegou ao Brasil na última sexta-feira (19), com destino a Curitiba, onde se encontraria novamente com Ian. A última conversa com a mãe foi no sábado (20). A mãe não conhecia Ian pessoalmente, mas sabia do relacionamento dos dois e das agressões relatadas pela filha. A família de Anne, que vive na África do Sul, só ficou sabendo da morte da jovem por meio da imprensa brasileira.
Segundo a delegada Camila Ceconello, a mãe da vítima ainda não havia sido contatada oficialmente pela polícia devido à barreira da língua. Contudo, uma equipe se mobilizou para fazer contato com ela ainda nesta segunda-feira (22).
A morte de Anne está sendo investigada pelas autoridades brasileiras. Imagens e documentos obtidos pela reportagem mostram as lesões que ela sofreu após a agressão nos Estados Unidos.

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