MP pede mais informações em inquérito sobre morte de lutadora encontrada em porta-malas

por Redação RIC.com.br
com informações da RICtv
Publicado em 16 jun 2022, às 16h51.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu mais informações no inquérito, que já foi concluído, sobre a morte de uma lutadora de MMA que foi encontrada morta dentro do porta-malas de um carro, no bairro Portão, em Curitiba. Nesta semana, uma amiga da vítima foi indiciada pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado, com uso de asfixia, ocultação de cadáver e por fraude processual.

A morte de Michelle Chinol, de 39 anos, aconteceu em fevereiro deste ano. A indiciada Kethlin Malmann Marcelino está presa preventivamente. O ex-namorado da suspeita, Márcio Gonçalves Vieira, foi indiciado pela polícia pelo crime de ocultação de cadáver. Ele chegou a cumprir prisão temporária. Nelson Pereira, também ex-companheiro da suspeita, que ficou preso por 15 dias, não foi indiciado.

Entre os pedidos do MP-PR, estão as imagens de câmeras de segurança da casa da amiga, onde a polícia diz acreditar que a vítima foi morta, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, e também mais detalhes sobre as antenas de celulares por onde os suspeitos passaram. Após a resposta, a promotoria decidirá se oferece ou não denúncia e por quais crimes.

A conclusão do inquérito, comandado pelo delegado Victor Bruno da Silva Menezes, da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), ocorreu no início deste mês. Michelle, que trabalhava como motorista de aplicativo, foi encontrada morta em 16 de fevereiro. Ela ficou desaparecida por dois dias. O carro onde estava o corpo dela tinha sido guinchado do bairro Ganchinho por estacionamento irregular.

Segundo o delegado, parte dos pedidos do MP-PR será atendida. Ele explica que as imagens de câmeras de seguranças não estão disponíveis nem para a polícia ainda. Menezes também diz que há informações solicitadas que já constam no inquérito.

“Já havia passado prazo superior a 30 dias quando soubemos das imagens. Há chance diminuta. Está com a perícia para tentar resgatar as imagens. É uma aposta da investigação. Não é garantido que vamos ter acesso. Mas não faltam informações contundentes de forma a apontar a investigada como causadora da morte da vítima. Para a polícia, o caso está encerrado”,

explica o delegado.

Outra novidade do caso é que a competência para julgamento, que era de Curitiba, agora será da Justiça de Fazenda Rio Grande.

O crime

O corpo foi localizado por funcionários da prefeitura, no bairro Portão, para onde o veículo foi guinchado. Os funcionários estranharam o mau cheiro no carro e acionaram a polícia.

Em 28 de março, Kethlin e Nelson foram presos suspeitas de envolvimento na morte da lutadora de MMA. Ao ser interrogada pelo delegado, a suspeita disse que a vítima devia para agiotas e estava sendo ameaçada de morte. Em maio, os até então três envolvidos, ficaram frente a frente para confronto de versões.

De acordo com o inquérito, Michelle morreu asfixiada em 14 de fevereiro deste ano, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. A conclusão do delegado aponta que, de forma voluntária e consciente, Kethlin matou Michelle.

O laudo de necropsia mostrou que a vítima estava com uma ferida no punho esquerdo que foi feita após a morte de Michelle. Isso foi entendido pela polícia como uma tentativa de simular que Michelle teria cometido suicídio.

O inquérito indica também que, após matar a lutadora, a suspeita colocou o corpo no carro, levou o carro até próximo a uma loja de departamentos em Fazenda Rio Grande e, depois, com a ajuda do então companheiro, o corpo foi abandonado no carro em Curitiba. Ele confessou em depoimento ter dirigido o veículo.

Pela investigação, Kethlin ligou para Márcio às 15h do dia do crime. Ele estava em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, mas assim que chegou à capital a noite, pegou o veículo e abandonou no local de onde o carro foi guinchado, como mostraram imagens de câmeras de segurança.

Para a polícia, que não determinou ainda a motivação do crime, há muitas contradições no depoimento da suspeita, que disse que Michelle foi até a casa dela nervosa e que elas supostamente conversaram sobre uma dívida que a vítima tinha com um homem apelidado de “Nego”. Pela versão dela, logo depois Michelle foi embora.

Porém, a investigação mostrou que a vítima nunca chegou a sair da casa onde foi morta. Isso é negado pela defesa da suspeita. Para a polícia, a suspeita ficou com celular da vítima e que tomou o aparelho como forma de receber uma dívida que a amiga tinha com ela.

O que diz a defesa

Os advogados de defesa da suspeita afirmam que acreditam na inocência e absolvição da cliente. “Estamos aguardando o oferecimento da denúncia para que possamos nos manifestar e pedir a produção de novas provas técnicas. Ainda não há provas que liguem Kethlin à conduta criminosa a ela imputada”.