"Não existe vai passar", diz filha sobre perder a mãe espancada, em Ponta Grossa
Claudete Miranda, filha do casal que foi espancado em uma fazenda de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, diz acreditar que a mãe acabou morrendo por tentar defender o marido, que está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O caso aconteceu na quinta-feira (26).
Na manhã desta sexta-feira (27), Dolores Ribeiro Miranda, 64 anos, foi enterrada. O marido dela, Adão Miranda, de 65 anos, teve uma perfuração no pulmão e também fraturou um osso do pescoço, segundo a filha do casal.
“Não vai passar, nunca. Só quem perde sabe. Não existe vai passar. Passa água, passa o tempo, não passa a dor da perda de uma mãe, não passa”
disse a filha do casal.
Os suspeitos de cometerem o crime ainda não foram identificados. A Polícia Civil suspeita que mais de uma pessoa participação da ação. Segundo a polícia, o espancamento do casal de idosos pode ter relação com uma discussão de trânsito próximo à entrada da fazenda.
O casal tinha saído na tarde de quinta para cancelar um cartão saúde da mulher. Eles fizeram isso e retornaram para a fazenda. Adão acabou se envolvendo em uma discussão de trânsito na volta. A polícia, no entanto, também não descarta a possibilidade de latrocínio.
O crime aconteceu por volta das 19h, mas Adão só conseguiu chamar por socorro por volta das 2h, quando conseguiu ligar para a filha.
“Acredito que ela viu o ocorrido no barracão, porque a minha mãe defendia muito o pai. Então, acho que ela viu e saiu pra fora e, com certeza, ela pegou o facão, porque tinha um facão que ela deixava sempre na porta. E acredito que ela desceu pra defender o pai, só que pegaram ela”,
contou a filha.
A família espera que o assassino seja preso. “Eles não tiveram perdão, foi uma covardia enorme. Não existe perdão, não tinha necessidade de fazer isso”, desabafou a filha do casal.
Vizinhos da fazenda também estão preocupados com o que aconteceu. Um deles afirmou que ninguém consegue mais ficar tranquilo no local.
“Está todo mundo com medo. Eu estou com medo. Isso aí é uma crueldade sem tamanho”, disse.