O assassinato do médico pediatra e psiquiatra Renan Tortajada, de 35 anos, na última sexta-feira (17) chocou o Paraná pela frieza com que o autor do crime, que também matou a travesti Sabrina Medeiros, de 43 anos, que teria testemunhado a morte do médico. E desde a prisão do assassino, detido enquanto dirigia o carro de Renan, em Umuarama, no domingo (19) de manhã, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) trabalha para finalizar o inquérito aberto para apurar os crimes. Fizemos um resumo com tudo o que se sabe até o momento sobre como ocorreram os dois crimes.

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Desaparecimento

Renan fez o último contato com familiares na sexta-feira (17), antes de sair de Toledo, onde morava, para encontrar a família em Maringá. Os pais estranharam a demora para ele chegar ao destino e acionaram a polícia para tentar localizar o filho, pensando que ele eventualmente poderia ter se envolvido em algum acidente.

Eles informaram à polícia que o filho costumava fazer uma parada em Umuarama, no meio do caminho, para passar em um posto de combustíveis, o que ajudou nas buscas policiais.

Celular encontrado

No sábado de manhã a Polícia Militar recebeu a informação de que o celular do médico havia sido encontrado nas proximidades do Lago Aratimbó, em Umuarama.

No mesmo dia o carro de Renan, um Honda Civic prateado foi visto circulando pela cidade, e a PM começou a fazer buscas por toda a região para tentar localizá-lo.

Corpo encontrado em estrada rural

Ainda no sábado, já durante a noite, um corpo de um homem vestindo roupas femininas foi localizado em uma estrada rural na cidade de Maria Helena, que fica a 25 quilômetros de distância de Umuarama.

Uma testemunha relatou à PM que o corpo foi abandonado no local por um homem que dirigia um carro com características semelhantes ao do pediatra.

Os pais de Renan foram chamados para fazer o reconhecimento desse corpo, e atestaram que não era o do filho.

Carro recuperado com dois ocupantes

Já na manhã de domingo, policiais militares localizaram o carro de Renan, também em Umuarama, e fizeram a abordagem.

Os dois jovens que estavam no carro foram detidos e encaminhados para a delegacia para prestarem depoimento. A perícia feita no veículo encontrou muitos vestígios de sangue no porta-malas.

Confissão

Já na primeira conversa com os policiais que o abordaram, o homem que dirigia o carro de Renan confessou ter matado o médico e também uma travesti que havia presenciado esse crime.

Guilherme da Costa Alves, de 26 anos, já tinha passagens por roubo, posse de drogas e também por tráfico de drogas. Ao ser interrogado pelos delegados Leonardo Marines e Gabriel Menezes, que comandam as investigações, ele relatou em detalhes a sequência dos fatos ocorridos na noite de sexta-feira.

Ele afirmou que já conhecia o médico e que eles marcaram um encontro para, segundo o assassino confesso, “fazer um programa”. E durante esse encontro os dois teriam se desentendido, quando então Alves passou a agredir o médico com socos e pedradas, até matá-lo.

Em seguida, ele enterrou o corpo do pediatra em uma cova rasa dentro do Bosque Uirapuru, no centro de Umuarama, mesmo local em que os dois haviam marcado o encontro.

Corpo encontrado no bosque

Com essas informações, os policiais foram até o local indicado por Alves e encontraram o corpo do médico, já na tarde de domingo.

O corpo foi levado até o Instituto Médico Legal, onde foi reconhecido pelos familiares de Renan.

Outra vítima

O assassino também confessou a morte de Alexan Carlos de Goes, de 43 anos, a travesti Sabrina Medeiros, que acordo com informações de testemunhas já conhecia o assassino.

Alves relatou que matou Sabrina com golpes de madeira porque ela teria visto ele enterrando o corpo do médico. Depois dessa segunda morte ele colocou o corpo da vítima no porta-malas do Civic de Renan e se dirigiu até a cidade de Maria Helena, onde abandonou o corpo.

Sem envolvimento

O outro ocupante do carro do pediatra no momento da apreensão do veículo também prestou depoimento aos policiais. Mas, de acordo com a PCPR, esse jovem de 18 anos, que não tem passagem criminal, não teve nenhuma participação nos crimes.

Tentativa de sequestro

Além das duas mortes, o assassino confesso teria tentado sequestrar uma idosa, de 69 anos, na sequência dos homicídios, de acordo com as informações dos policiais. O homem negou o sequestro, disse que se confundiu e achou que a mulher era outra pessoa. Conforme a polícia, a mulher foi agredida e o suspeito teria tentado colocar a vítima dentro do carro roubado do médico, mas ela conseguiu escapar.

perfil Luciano Balarotti
Luciano Balarotti

Repórter

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.

Formado pela UFPR, Luciano Balarotti tem 25 anos de experiência profissional, grande parte dedicada ao jornalismo esportivo. Mas atua também em áreas como Cultura, Cotidiano, Segurança Pública, Automóveis e Concursos.