O corpo da mulher Claudia Valeria de Souza Rissardo, de 46 anos, que foi assassinada com ao menos 17 facadas pelo ex-marido, foi velado na manhã desta quinta-feira (23), na Capela do Cemitério Memorial da Vida, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O sepultamento irá ocorrer por volta das 10h40. Claudia era comerciante e mãe de três filhos, que presenciaram a cena brutal do assassinato na última terça-feira (21). O crime, segundo a Polícia Civil, foi cometido pelo ex-marido, José Luiz Rissardo, que não aceitava o fim do relacionamento.

O ataque aconteceu dentro do comércio da vítima, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Claudia foi atingida por pelo menos 17 facadas, segundo laudo preliminar. Os filhos, um jovem de 25 anos e duas meninas, tentaram defender a mãe e também ficaram feridos, mas foram socorridos e não correm risco de morte.
De acordo com as investigações, José Luiz invadiu o local logo após ser notificado de uma medida protetiva de urgência, concedida pela Justiça a pedido da ex-companheira. Horas depois de receber a notificação, o homem teria ido até o estabelecimento armado com uma faca e desferido os golpes.
Após o crime, moradores da região, revoltados com a violência, espancaram o agressor. Ele foi socorrido com ferimentos e encaminhado ao Hospital do Trabalhador, onde permanece sob escolta policial. Segundo a polícia, o suspeito não corre risco de vida e será levado à Delegacia da Mulher assim que receber alta médica.
Ex-marido mata mulher com 17 facadas: histórico de agressões e cárcere
Fontes próximas à família relataram que Claudia e os filhos viviam em cárcere privado. Eles tinham restrições de convivência e eram obrigados a trabalhar sob o controle do suspeito.
“Eles viviam há anos nesse cárcere privado. Eram obrigados a trabalhar, não tinham nem roupas direito e quase não podiam sair de casa”, disse uma testemunha que preferiu não se identificar.
Ainda segundo a mesma pessoa, José Luiz sempre foi violento e controlador, inclusive com funcionários e clientes. “Ela tinha muito medo, até que descobriu inúmeras traições”, relatou.
“Ele já chegou esfaqueando a Cláudia e os outros dois filhos”, concluiu a testemunha.
Passado violento e comportamento agressivo
Investigações indicam que o suspeito mantinha um padrão de comportamento agressivo e possessivo. Pessoas próximas afirmam que ele pagava para ter acesso a sites adultos de prostituição online, mesmo com a família em dificuldades financeiras. Além disso, tinha crises de ciúmes e episódios de violência verbal e física contra a companheira.
O pedido de medida protetiva havia sido feito depois de ameaças constantes e discussões motivadas por ciúmes e controle.
A Polícia Civil do Paraná segue investigando o caso como feminicídio qualificado e também apura as denúncias de cárcere privado. O nome do suspeito já consta no inquérito e ele deve responder pelos dois crimes.
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