Polícia diz que suspeita de matar consultor de moda tentou aplicar golpe na vítima: "crime de extorsão"
O delegado Tito Barichello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que Thays Rocha Leite, a suspeita de matar o consultor de moda Walter Machado, tentou aplicar um golpe na vítima no momento do crime. Nesta segunda-feira (6), a Polícia Civil foi até o apartamento de Thays, mas ela não foi localizada e é considerada foragida.
A Polícia Civil divulgou na tarde desta segunda-feira a foto da suspeita, foragida por homicídio. A equipe afirma que o crime aconteceu durante uma discussão, depois que a vítima não quis pagar o valor cobrado por Thays, que é travesti e faz programa.
Conforme o delegado Barichello, a suspeita teria tentado cobrar um valor mais alto pelo serviço do que havia combinado previamente. Testemunhas afirmaram à polícia que Thays costumava tentar extorquir os clientes e “fazia um escândalo” caso não pagassem o valor que ela exigia.
“Ali a situação é muito clara. Existe um golpe, existe uma extorsão, que é praticada de forma contumaz pela investigada. Ela combina um valor de um programa, ela pratica esse programa com homens, em regra homens casados, e ao final do programa, do valor combinado R$ 50 ou R$ 100, ela cobra R$ 1 mil, R$ 2 mil, R$ 3 mil, ela começa a aplicar a multa. Se a pessoa não pagar, ela faz um escândalo. Chama a polícia, quer fazer um boletim de ocorrência, inclusive eu encontrei um boletim de ocorrência que ela fez de R$ 3 mil por um programa, quando ela mesma me disse que cobra R$ 50, R$ 100. Ou seja, ali ela pratica um crime de extorsão e a confusão veio disso. Ela fez o programa e de forma intencional, no mínimo assumindo o risco, armada de uma faca, desferiu uma lesão em uma parte vital do corpo, que é o pescoço”, afirmou o delegado.
A defesa de Thays afirma que a suspeita agiu em legítima defesa, ao ser agredida por Walter. “Com relação ao pedido de prisão preventiva e a decretação da prisão preventiva no caso da Thays, a defesa vem se manifestar porque entende totalmente equivocada. A Thays se apresentou na delegacia na sexta-feira e deu oportunidade ao delegado Tito fazer todas as perguntas e esclarecer o caso, e ele sequer tinha a qualificação dela. E a mesma colaborou e esclareceu todas as perguntas na sexta-feira e ficou à disposição da Justiça”, relatou a advogada da suspeita, Alessandra Paola Ferreira.
No entanto, com relação a agressão, a polícia afirmou que a suspeita não apresentou lesões e não procurou o Instituto Médico Legal (IML) para comprovar, através de laudos, as agressões.
A Polícia ainda tenta localizar Thays e outras pessoas que foram vistas nas imagens, como as duas pessoas em situação de rua e o motorista que conduziu o carro em que a suspeita deixou o local.