Polícia indicia por homicídio qualificado amiga de lutadora encontrada morta em porta-malas
A amiga de uma lutadora de MMA que foi encontrada morta dentro do porta-malas de um carro, no bairro Portão, em Curitiba, foi indiciada pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado, com uso de asfixia, ocultação de cadáver e por fraude processual. A morte de Michelle Chinol, de 39 anos, aconteceu em fevereiro deste ano.
A indiciada Kethlin Malmann Marcelino está presa preventivamente. O ex-namorado da suspeita, Márcio Gonçalves Vieira, foi indiciado pela polícia pelo crime de ocultação de cadáver. Ele chegou a cumprir prisão temporária. Nelson Pereira, também ex-companheiro da suspeita, que ficou preso por 15 dias, não foi indiciado.
A conclusão do inquérito, comandado pelo delegado Victor Bruno da Silva Menezes, da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), ocorreu no início deste mês. Agora, caberá ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) oferecer denúncia ou não à Justiça.
Michelle, que trabalhava como motorista de aplicativo, foi encontrada morta em 16 de fevereiro. Ela ficou desaparecida por dois dias. O carro onde estava o corpo dela tinha sido guinchado do bairro Ganchinho por estacionamento irregular.
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O crime
O corpo foi localizado por funcionários da prefeitura, no bairro Portão, para onde o veículo foi guinchado. Os funcionários estranharam o mau cheiro no carro e acionaram a polícia.
Em 28 de março, Kethlin e Nelson foram presos suspeitas de envolvimento na morte da lutadora de MMA. Ao ser interrogada pelo delegado, a suspeita disse que a vítima devia para agiotas e estava sendo ameaçada de morte. Em maio, os até então três envolvidos, ficaram frente a frente para confronto de versões.
De acordo com o inquérito, Michelle morreu asfixiada em 14 de fevereiro deste ano, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. A conclusão do delegado aponta que, de forma voluntária e consciente, Kethlin matou Michelle.
O laudo de necropsia mostrou que a vítima estava com uma ferida no punho esquerdo que foi feita após a morte de Michelle. Isso foi entendido pela polícia como uma tentativa de simular que Michelle teria cometido suicídio.
O inquérito indica também que, após matar a lutadora, a suspeita colocou o corpo no carro, levou o carro até próximo a uma loja de departamentos em Fazenda Rio Grande e, depois, com a ajuda do então companheiro, o corpo foi abandonado no carro em Curitiba. Ele confessou em depoimento ter dirigido o veículo.
Pela investigação, Kethlin ligou para Márcio às 15h do dia do crime. Ele estava em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, mas assim que chegou à capital a noite, pegou o veículo e abandonou no local de onde o carro foi guinchado, como mostraram imagens de câmeras de segurança.
Para a polícia, que não determinou ainda a motivação do crime, há muitas contradições no depoimento da suspeita, que disse que Michelle foi até a casa dela nervosa e que elas supostamente conversaram sobre uma dívida que a vítima tinha com um homem apelidado de “Nego”. Pela versão dela, logo depois Michelle foi embora.
Porém, a investigação mostrou que a vítima nunca chegou a sair da casa onde foi morta. Isso é negado pela defesa da suspeita. Para a polícia, a suspeita ficou com celular da vítima e que tomou o aparelho como forma de receber uma dívida que a amiga tinha com ela.
O que diz a defesa
Os advogados de defesa da suspeita afirmam que acreditam na inocência e absolvição da cliente. “Estamos aguardando o oferecimento da denúncia para que possamos nos manifestar e pedir a produção de novas provas técnicas. Ainda não há provas que liguem Kethlin à conduta criminosa a ela imputada”.