Publicitário preso por esquartejar mulher era foragido por matar e concretar própria mãe

O publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, preso em Porto Alegre suspeito de ter assassinado e esquartejado a manicure Brasília Costa, de 65 anos, já tinha antecedentes criminais graves. Em 2018, ele foi condenado a 28 anos de prisão por matar a própria mãe e concretar o corpo dentro do apartamento onde vivia.

Na época, Jardim negou o homicídio, admitindo apenas que havia ocultado o cadáver. Apesar da versão, a Justiça entendeu que havia provas suficientes e determinou a pena de quase três décadas de reclusão. Ele, porém, cumpriu apenas seis anos de cadeia.

Do semiaberto à prisão domiciliar

Em 2024, o publicitário obteve progressão para o regime semiaberto. Entretanto, por falta de vagas no sistema prisional gaúcho, conseguiu autorização para cumprir a pena em prisão domiciliar.

Quando deveria se apresentar para instalar a tornozeleira eletrônica, Jardim não compareceu. Diante do descumprimento, foi considerado foragido e teve a prisão decretada a pedido do Ministério Público. Mesmo assim, permaneceu em liberdade. Foi nesse período, já procurado pela Justiça, que ele teria cometido o assassinato da manicure.

Além de responder ao processo pelo novo homicídio, o publicitário terá de cumprir integralmente a pena anterior. Com a fuga e a violação das regras do semiaberto, ele automaticamente regrediu para o regime fechado. Assim, independente de eventual condenação pela morte de Brasília Costa, Jardim não poderá voltar a regimes mais brandos sem decisão judicial.

Publicitário preso por esquartejar mulher: vítima trabalhava como manicure

Brasília Costa, natural de Arroio Grande, vivia na zona norte de Porto Alegre e trabalhava em salões de beleza. Segundo a polícia, ela foi atraída pelo publicitário por meio de redes sociais. O corpo foi esquartejado e espalhado em diferentes pontos da cidade.

No dia 20 de agosto, o dorso da vítima foi encontrado dentro de uma mala deixada no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. Apesar do uso de disfarces, imagens de câmeras de segurança ajudaram a identificar o homem que havia deixado o objeto no terminal.

Outras partes do corpo foram localizadas em diferentes datas e locais. No último fim de semana, pescadores encontraram uma perna e um pé na orla da capital gaúcha. No sábado, uma perna havia sido achada na areia da praia de Ipanema. Antes disso, em 13 de agosto, dois sacos de lixo com fragmentos humanos foram recolhidos em uma rua da zona leste. A perícia confirmou compatibilidade genética entre esses achados e o dorso localizado na rodoviária. A cabeça da vítima ainda não foi localizada.

Investigação e motivação

Segundo o delegado Mário Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o publicitário retalhou o corpo e espalhou os restos mortais para tentar dificultar as investigações.

“Ele teve o cuidado de remover as pontas dos dedos para eliminar as digitais e dificultar a identificação da vítima. Mas as digitais deixadas nos sacos de lixo e a análise genética confirmaram a autoria”, afirmou.

A polícia acredita que o crime tenha sido motivado por interesse financeiro. Documentos apreendidos com o suspeito indicam que ele tentou utilizar os cartões bancários da manicure e movimentar contas em nome dela. Celulares e computadores foram recolhidos e estão em análise.

Defesa

Até o momento, o suspeito não contratou advogado. A Defensoria Pública participou da audiência de custódia na sexta-feira (5) e informou que seguirá responsável pela defesa de Jardim caso ele não constitua representante particular.

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