Curitiba - A morte da jovem Raíssa Suellen Ferreira da Silva, jovem miss que foi assassinada pelo comediante Marcelo Alves, em Curitiba, completou dois meses neste sábado (2). O humorista permanece preso, mas os advogados e a família da vítima ainda procuram por respostas. 

Caso Raíssa Suellen
Morte da jovem miss completou dois meses neste sábado (2) (Foto: reprodução / redes sociais / Raíssa Suellen)

Um dia antes de desaparecer, Raíssa deixou uma mensagem na porta do quarto da melhor amiga. Em entrevista para a RICtv, Amanda Gomes relembrou o bilhete deixado pela jovem, antes dela embarcar no carro de Marcelo. 

‘Em um mundo quase sempre dominado por corrupção e arrogância, é muito difícil se manter firme aos princípios literários e filosóficos. Pior que gosto dela, da vida. E esqueço da arrogância, mas tudo passa. 

Amanda revelou que durante a semana em que Raíssa ficou desaparecida, ela leu o bilhete todos os dias. Ela foi a autora do último vídeo em que a jovem miss aparece com vida. 

“Só queria que ela estivesse bem. Ela só queria viver e era feliz. Tinha muitos sonhos”, desabafou a jovem. 

Bilhete amarelo deixado por Raíssa Suellen
Amanda leu com lágrimas nos olhos o bilhete de Raíssa (Foto: Luan Santiago / RICtv)

Como anda o inquérito do Caso Raíssa? 

Conforme o delegado Diego Valim, da Polícia Civil do Paraná, a motivação do crime ainda é um mistério. Além disso, explicou que o inquérito em relação ao comediante já foi concluído. Contudo, as investigações ainda apuram a participação do filho de Marcelo no crime. 

“Em relação ao filho, até aquele momento só tinham elementos em relação a ocultação do cadáver. Contudo, ainda não encerramos a investigação em relação a ele. Não descartamos a participação dele também no feminicídio”, disse o delegado. 

O advogado Leonardo Mestre, que representa a família de Raíssa Suellen, disse que as confissões de Marcelo são mentirosas e que a família quer saber o que aconteceu com a jovem no último dia de vida. 

“O que aconteceu com ela no último dia de vida ainda não se sabe. As confissões dão indícios da autoria, mas as circunstâncias não correspondem a verdade. Os acusados ficaram oito dias acobertando rastros e eliminando provas para afastar deles qualquer suspeita”, disse Mestre. 

Além disso, a família afirma que quer que se apure a participação do filho do humorista nesse crime e que ele seja punido, caso seja comprovado o envolvimento dele no assassinato. 

“A Justiça quando tarda já não é mais Justiça. Queremos que se comprove se o filho do humorista participou ou não desse crime”, concluiu o advogado. 

humorista que matou Raissa e filho de humorista investigado por participação no crime
Marcelo, à esquerda, contou que atraiu a jovem com a promessa de emprego (Foto: Reprodução/Redes Sociais e RICtv)

O que diz a defesa do comediante e do filho?

Em entrevista para a RICtv, o representante dos dois acusados, o advogado Caio Percival, afirmou que não há nada para ser esclarecido e que seus clientes seguem à disposição da Justiça. 

“Quando o Dhony é preso injustamente, porque colaborou com as investigações desde o início, não merecia ter ido preso. A justificativa foi para que as investigações com relação a sua participação ou coparticipação no homicídio continuassem. O que ficou provado? Que ele não teve participação. Já mostra um erro judiciário, pois ele ajudou nas investigações”, explicou.

Outro ponto defendido por Percival é que Dhony tomou a decisão de atender o apelo do pai em um momento de turvação dos sentidos. “Não era nenhum mendigo de rua, nenhum vizinho ou colega, era o pai”, defendeu o advogado. 

O representante do humorista e do filho afirma também que Dhony não tinha na cabeça lidar com uma situação de ocultar o cadáver. 

“De nenhuma maneira. A partir do momento que ele atende o apelo, ele já está apagando provas. Se ele está ocultando o cadáver, ele está apagando provas. Se ele quisesse naquele momento entregar o pai e assumir o delito, teria feito. Não o fez por causa do apelo paterno. 

Percival negou também que Marcelo tenha elaborado um plano de fuga. Relatórios da Polícia Civil apontam que ele estava tentando vender pertences para conseguir dinheiro rapidamente.  

Miss Raíssa Suellen foi assassinada e enterrada em uma cidade vizinha a Curitiba; humorista confessou crime
Miss Raíssa Suellen foi assassinada e enterrada em uma cidade vizinha a Curitiba; humorista confessou crime (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Caso Raíssa Suellen: confira a linha do tempo da morte da miss

De acordo com as informações apuradas pela repórter Beatriz Frehner da RICtv, Raissa da Bahia veio para Curitiba com a ajuda de Marcelo. Ele teria levado a menina para morar em sua casa no bairro Ganchinho. A jovem ficou um tempo no local, mas a menina resolveu sair e procurar um novo lar. 

Além disso, a reportagem apurou com pessoas próximas à menina que houve desentendimentos e ciúmes por parte da namorada do filho do comediante. Raissa conseguiu alugar um novo apartamento e foi morar com algumas amigas. 

As amigas alegaram que a Raissa recebeu uma proposta para trabalhar em Sorocaba, no interior de São Paulo. Para as amigas, a jovem confessou que a proposta foi feita por Marcelo.

Assim como Raissa Suellen, o humorista também é de Pedro Afonso (BA), mas estava na capital do Paraná há pelo menos 10 anos. Para a jovem, o comediante era um homem confiável. 

Segundo a Polícia Civil, a localização do corpo só foi possível após o próprio investigado indicar o local onde havia enterrado a vítima. Ele compareceu espontaneamente à delegacia, acompanhado do advogado Caio Percival, que afirmou, em entrevista ao Balanço Geral Curitiba, da RICtv, que seu cliente quis colaborar com as investigações.

Conforme a delegada Aline Manzatto, da PCPR, o humorista disse que estrangulou Raíssa com um objeto conhecido como “enforca gato”. Depois disso, ele enrolou o corpo da moça em uma lona e ligou para o filho.

O comediante ainda disse que o rapaz ficou desesperado, tentando convencer o pai a se entregar. Posteriormente, o humorista colocou o corpo de Raíssa no carro e o teria deixado em algum lugar em Araucária. 

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.