Travesti diz em depoimento que cometeu o crime para se defender
A suspeita de matar o consultor de moda Walter Luiz Mariano Machado, de 41 anos, prestou depoimento à polícia em Curitiba. Os policiais acreditam que exista contradições na versão apresentada pela travesti. Na última sexta-feira (3), ela compareceu na sede da DHPP, acompanhada dos advogados, e confessou o crime.
“Acreditamos que foi um homicídio, ocorreu a intenção dela matar”,
conta o delegado Tito Barichello.
Thais Rocha Leite, de 27 anos, revelou que andava com a faca, pois já tinha sido agredida por outros travestis. A suspeita revelou também que a vítima desceu do veículo, abriu a porta, e voltou a agredi-la. Os dois começaram a discussão porque a vítima não pagou pelos serviços prestados por ela.
“Vocês acham que o empresário não ia pagar os R$ 50? Ela afirma que ele sai do veículo, dá a volta e passa a agredi-la”,
afirma o delegado.
No depoimento, Thais afirmou também que o motorista de aplicativo estava a aguardando, versão considerada suspeita pelo delegado. O agente acredita que o condutor já estaria esperando, agindo como co-autor do crime. A polícia ainda suspeita que a prática de extorsão era comum pela travesti por causa de um áudio enviado a uma amiga, contando que tentou aplicar uma multa na vítima.
“Tentei dar a multa nele, só que fez o maior escândalo”,
diz Thais.
A suspeita, ainda, registrou um boletim de ocorrência alegando que um cliente não pagou por um programa. O valor, para meia hora, era de R$ 3.452.
Entenda o caso
Walter Luiz Mariano Machado, de 41 anos, foi encontrado morto com um corte profundo no pescoço dentro de um carro estacionado no bairro Rebouças, em Curitiba. A vítima foi localizada por moradores no cruzamento entre as ruas Engenheiro Rebouças e Lamenha Lins na manhã do dia 28 de maio.
Imagens mostram a travesti deixando o carro de Walter pouco antes do crime. O veículo está estacionado perto da rua Getúlio Vargas, no bairro Rebouças, em Curitiba. A região é conhecida como um ponto de prostituição da capital.