A Justiça decretou o pedido de prisão preventiva de Carlos Eduardo dos Santos, suspeito de ter estuprado e assassinado Rachel Genofre, de 8 anos.

Na decisão, de 26 de dezembro, o juiz reconhece a necessidade de mantê-lo atrás das grades visto que em outras oportunidades o mesmo já fugiu da justiça, bem como cometeu diversos crimes ao longo da vida.

“O objetivo foi garantir a ordem pública, uma vez que ele pratica reiteradamente crimes de natureza sexual sempre em relação a menores impúberes. Então, o simples fato de ele estar diante de crianças, muitas vezes, o estimula a prática desse delito”, explicou o delegado Marcos Fontes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quinta-feira (2). 

Carlos Eduardo está preso em Curitiba desde outubro de 2019, quando foi transferido da penitenciária de São Paulo para o Paraná a fim de ser interrogado sobre o homicídio de Rachel. Ainda em janeiro, ele deverá voltar à penitenciaria de origem para continuar cumprido a pena dos crimes pelos quais já foi condenado. “Na verdade, ele já teria que ter sido recambiado pelo DEPEN porque o trabalho da Polícia Civil já tinha se exaurido e ele veio tão somente para finalizar as investigações. No entanto, por questões internas o DEPEN não fez ainda esse trabalho”, disse Fontes. 

Suspeito está preso desde 2016

Com ficha criminal extensa, Carlos Eduardo já foi acusada por pelo menos 29 crimes, entre eles seis outros crimes sexuais – dos quais, o primeiro teria ocorrido em 1985 – contra crianças. Ele está preso desde 2016 por estelionato em Sorocaba, no interior de São Paulo. 

Para o delegado não há dúvidas de que Carlos Eduardo seja um estuprador em série. “Só na década de 80, ele cometeu dois estupros, um em 85 e outro em 88. Então é uma pessoa que vem praticando esses crimes de maneira reiterada”, pontuou na ocasião de sua transferência para o Paraná em outubro de 2019. 

“Só na década de 80, ele cometeu dois estupros, um em 85 e outro em 88″, delegado Marcos Fontes.

À época Camila Cecconello ainda ressaltou que desde os anos 80, ele passava de cidade em cidade, fingindo ser um homem religioso e advogado para aplicar seus golpes financeiros. Do mesmo modo, ele costumava se mostrar uma pessoa correta e amável para suas companheiras.

“A primeira esposa dele tinha 12 anos e ele 17. De lá pra cá, ele teve outros relacionamentos, alguns filhos e o que ficou bem perceptível na descrição de todas essas testemunhas é que, num primeiro momento, pra essas mulheres, ele representava ser um homem perfeito” disse Cecconello.

Caso Rachel Genofre

Rachel Genofre foi encontrada morta dentro de uma mala, abandonada na Rodoviária de Curitiba, no dia 5 de novembro de 2008, dois dias depois dela desaparecer. O crime foi elucidado após 11 anos de investigação da PCPR e com o esforço conjunto do governo federal e dos governos estaduais do Paraná e de São Paulo na coleta de perfis genéticos de criminosos.

No inquérito com cerca de quatro mil páginas, Carlos Eduardo foi indiciado por tentativa de estupro, atentado violento ao pudor e homicídio triplamente qualificado.