Uma adolescente, de 17 anos, compartilhou nas redes sociais vídeos do momento que um motorista de aplicativo comete assédio contra ela. Sem o homem perceber, a garota ligou a câmera do celular e manteve a conversa. Durante o diálogo o condutor comenta que namoraria com ela. A ocorrência foi registrada na cidade de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, neste domingo (16).
Após compartilhar as imagens e denunciar o perfil do motorista, a adolescente recebeu o apoio de várias pessoas. Algumas inclusive relataram que já haviam sido vítimas do mesmo homem. Nesta segunda-feira (17), a garota foi até a Delegacia da Mulher de Viamão, acompanhada da mãe, e registrou boletim de ocorrência.
Assédio no carro de aplicativo
Durante uma viagem em um carro de aplicativo, uma adolescente percebeu que estava sofrendo assédio do motorista. Com medo do homem ter alguma atitude violenta, a garota decidiu ligar a câmera do celular e gravar a conversa. No início das gravações é possível ver a adolescente afirmando que é menor de idade, porém, o homem responde que não é um problema.
“Não seria um problema. Seria problema se tivesse 13 anos e acho que tu não tem 13 anos. 14 para cima tu já é responsável”, disparou o motorista, insinuando que poderia ter um caso com ela.
Em seguida o motorista declarou que namoraria com a jovem. “Eu namoraria contigo se tu não tivesse namorado”, disse. Ciente do assédio que estava sofrendo, a adolescente continuou a conversa e chegou a falar que ele tinha idade para ser seu pai, porém, recebeu como resposta mais um abuso. “Mas eu não sou seu pai. Eu faria coisas que teu pai não faria, pode ter certeza”, se orgulhou o motorista.
Com o boletim de ocorrência aberto, a delegada Marina Dillenburg informou que será instaurado um inquérito.
Aplicativo exclui perfil do motorista
Em nota divulgada pelo aplicativo responsável pela contratação do serviço, a Uber informou que repudia qualquer ato de violência contra as mulheres. Confira a nota na íntegra:
“A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.”