Adolescente ferido em ataque a colégio de Medianeira volta para casa. (Foto: Arquivo familiar)

Bruno Raphael Facundo estava internado em Curitiba desde o dia do ataque no colégio de Medianeira; ele se recuperava de lesões sofridas na coluna vertebral

Bruno Raphael Facundo, de 15 anos, ferido durante o ataque em Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, na região Oeste do Paraná, no dia 28 de setembro, recebeu alta médica e voltou para casa na manhã desta sexta-feira (19) acompanhado pela mãe em um jato fretado pelo governo estadual. (Veja imagens da aeronave abaixo)

A adolescente estava internado em Curitiba, capital do estado, em um centro de reabilitação hospital especializado na recuperação de lesões na coluna vertebral. Bruno foi atingido na região da lombar – por um projétil de uma pistola  garrucha – e teve parte dos movimentos no lado esquerdo corpo afetados. Conforme os médicos, a recuperação foi rápida e até surpreendente.

No dia 17 de outubro, familiares do garoto enviaram à RICTV Curitiba | Record PR um vídeo que mostrava parte do tratamento pelo qual ele passava. Nas imagens é possível ver o jovem dando passos com auxílio de um andador.  

Bruno fazendo fisioterapia. (Foto: Arquivo familiar)

Ferido por engano

Bruno é amigo dos dois adolescentes que planejaram o ataque no colégio em Medianeira e não era um dos alvos da ação. No entanto, segundo os próprios colegas que causaram seu ferimento, eles esqueceram de retirar o garoto de dentro da sala de aula antes de começar a atirar. Eder Samuel Facundo, pai de Bruno, confirmou a informação dias após o ocorrido. “Ele era amigo dele, e ele sabe que o menino queria poupá-lo por reconhecer que ele era querido pela escola”, contou durante entrevista.

Segundo o pai, os dois estudavam juntos e o filho dele tinha o contato do atirador no celular. Eder ainda conta que não haverá nenhum tipo de rancor ou mágoa. “Ele já tem no caráter de não guardar mágoas de ninguém. Qualquer tipo de sentimento negativo pode atrapalhar a busca pela paz”, explica.

Bruno está anima com a volta para casa e não quer guardar mágoas. (Foto: Arquivo Familiar)

Ataque colégio em Medianeira

À época do ataque ao colégio em Medianeira, durante o depoimento, o atirador e o amigo que estava armado com um faca confessaram que saíram de casa decididos a disparar contra mais de cinco alvos e que esperaram a porta da sala de aula ser fechada para dar início à ação.

Câmeras registraram o desespero no colégio em Medianeira. (Foto: Reprodução/Câmeras de Segurança)

O plano inicial era tirar da sala aqueles que não deveriam ser feridos (momento em que esqueceram de retirar o amigo) para só então jogar a bomba caseira e atirar contra os alunos. No entanto, na manhã daquela sexta, eles não chegaram a usar a bomba, após retirarem alguns alunos da sala de aula, um deles já começou a atirar com a arma de fogo, enquanto o outro, assustado, ficou paralisado e não fez nada. Além de Bruno, outro estudante também foi ferido de raspão na perna. 

Na sequência, quando os policiais militares chegaram na escola, o jovem armado teria feitos disparos aleatórios da direção dos agentes para gastar o restante das balas e então se entregar.

O pai de um deles, que era o verdadeira proprietário da arma, chegou a ser preso e, posteriormente, liberado.

Bullying dos colegas

Os dois jovens detidos informaram, em entrevista ao Portal Guia Medianeira, que sofriam  bullying desde 2013 e que mesmo tendo relatado o fato à direção da escola, nada foi feito. Quando perguntados se a intenção era matar, eles disseram que se não fosse possível matar, queriam ao menos causar ferimentos nos colegas.

Veja imagens do jatinho que transportou o adolescente:

A aeronave é equipada especialmente para transportar pessoas que precisam de aparelhos médicos.