
Duas vítimas do massacre na escola estadual Raul Brasil, que estavam internadas no Hospital Santa Maria, em Suzano, tiveram alta na manhã deste sábado (16)
Duas vítimas do massacre na escola estadual Raul Brasil, que estavam internadas no Hospital Santa Maria, em Suzano, tiveram alta na manhã deste sábado (16). Segundo o hospital, elas foram liberadas por volta das 8h.
Cinco pessoas seguem internadas
Ainda há cinco pessoas internadas em hospitais da cidade. No último balanço divulgado nesta sexta-feira (15) pela assessoria do governo paulista, dois estudantes, de 15 e 16 anos de idade, estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP). O estado de saúde era estável na tarde de ontem.
Adolescente internada da UTI
Uma adolescente está internada na UTI do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. O estado de saúde da menina também era estável até ontem. Além disso, outro adolescente de 16 anos, que foi levado ao Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, passou por cirurgia, sem intercorrências e segue internado em estado estável.
Já um outro jovem, de 15 anos, também vítima do massacre, está estável na enfermaria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Outro aluno também já deixou o hospital
Na manhã de sexta, um paciente que estava internado na Santa Casa de Suzano recebeu alta após passar por uma cirurgia em um dos joelhos no dia anterior. Ele agora fará tratamento no setor de ortopedia da Santa Casa de Misericórdia.
Massacre deixou dez mortos
O ataque deixou dez mortos, sendo duas funcionárias da escola, seis alunos e os criminosos, que se mataram depois do massacre. Outros 11 feridos foram encaminhados a hospitais, sendo que oito ainda continuam internados.

Terceiro indivíduo teria participado do planejamento
De acordo com Ruy Ferraz Fontes, delegado geral da Polícia Civil, os dois autores mortos no ataque participaram efetivamente da execução. “O terceiro suspeito identificado não estava naquela localidade. Ele participou, em tese, de todo o planejamento. Eles projetaram o ocorrido pelo menos desde novembro”, explicou o delegado.
Colegas de classe
De acordo com o delegado Alexandre Henrique Augusto Dias, responsável pelo inquérito policial, o terceiro suspeito era colega de classe do atirador. O jovem teria auxiliado na compra de equipamentos utilizados durante o crime, adquiridos por meio do comércio virtual. “Eles se inspiraram no ataque Columbine, nos Estados Unidos, ocorrido no ano de 1999. Os envolvidos tinham conhecimento absoluto da unidade de ensino”, disse Dias.
Os materiais e o veículo utilizados foram apreendidos e encaminhados para análise, e a perícia técnica comprovará a dinâmica dos fatos.
Exame toxicológico
O Instituto de Criminalística faz exame toxicológico do material orgânico dos dois atiradores. No Instituto Médico Legal (IML), os médicos legistas concluíram que Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, matou Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, com um tiro na testa. Depois, ele se matou com um tiro na cabeça.
16 testemunhas foram ouvidas
Equipes policiais fizeram diligências nas casas dos atiradores e em uma lan house frequentada por eles. Foram apreendidos computadores, tablets e anotações. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 16 testemunhas foram ouvidas. De acordo com os investigadores, eles poderão prestar novo depoimento.
As armas utilizadas pelos atiradores – um revólver calibre 38, uma besta (arma medieval semelhante ao arco e flecha) e uma machadinha – foram apreendidas e encaminhadas para a perícia. O revólver estava com o número de série apagado.
Motivação
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Pontes, disse que os jovens queriam reconhecimento dentro da própria comunidade e publicidade na mídia. De acordo com Pontes, eles pretendiam mostrar que eram tão cruéis quanto os atiradores de Columbine.
O delegado minimizou a hipótese de que um suposto bullying sofrido pelos jovens tenha motivado o massacre. No entanto, depoimentos de pessoas próximas a Guilherme Monteiro afirmaram que ele era alvo de comentários jocosos por causa de acne no rosto. Segundo relatos, o jovem fez tratamento de pele.
Indenização
Nesta sexta-feira (15) deve ser publicado decreto, no Diário Oficial, que determina que, no prazo máximo de 30 dias, as indenizações serão pagas aos parentes das vítimas. Ontem (14), o governador de São Paulo, João Doria, estimou que os valores podem chegar a R$ 100 mil por família.

Atiradores pediram ajuda no Dogolachan
De acordo com as apurações, os criminosos faziam parte do fórum mais extremistas da internet: o Dogolachan, que reúne de forma completamente anônima usuários que incentivam crimes e atitudes de ódio. Nas postagens é comum ver menções a pedofilia, nazismo, racismo e homofobia.

Lista de vítimas
Na tarde desta quarta-feira (13), uma coletiva de imprensa conduzida pela Polícia Civil (PC), divulgou o nome das dez vítimas do massacre, que incluem também os dois responsáveis pelo massacre.
Vídeo mostra pânico
No local, um vídeo gravado por uma testemunha mostra momento de pânico após o massacre. Nas imagens, alguns corpos são registrados, além de gritos e desespero por parte dos adolescentes.