No dia que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a Boca Maldita, no calçadão da Rua XV, em Curitiba, foi tomado por mulheres de preto, de luto. Dezenas de pessoas aproveitaram a oportunidade para pedir respeito. Na Centro da capital paranaense o ato homenageou principalmente a escrivã da polícia civil Maritza Guimarães de Souza e a filha Ana Carolina Souza, que foram assassinadas dentro de casa na última quarta-feira (4).
O principal suspeito por matar mãe e filha abraçadas, atrás de um sofá, dentro da casa onde as mulheres moravam, é o delegado Erick Busetti, que era casado com Maritza e padrasto de Ana Carolina. O homem teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (6), mesmo dia que as mulheres foram sepultadas em Piraí do Sul.
“Chega, nós cansamos!”
O ato deste domingo (8) homenageou 299 mulheres mortas por violência doméstica. Cada uma das vítimas teve um balão branco com seu nome que foi solto para o céu. De acordo com a advogada Sandra, que já foi vítima de um companheiro, somente em 2019 mais de 1300 foram mortas por feminicídio.
“Nós fizemos este movimento em homenagem as que morreram e para que a gente efetivamente comece a lutar. Mas lutar mesmo! Chega de pegar e curtir fotos de movimentos. Está na hora de ir para a rua, ir para a porta de delegacia, ir para porta de fórum e fazer isso parar. Enquanto realmente não vierem punições exemplares aos homens que estão fazendo isso não vai acabar”, declarou Sandra.
No manifesto, as mulheres também cobraram atitude dos representantes políticos, que, segundo elas, precisam ter mais ações efetivas. Entre os gritos das manifestantes, elas ressaltaram que neste dia 8 de março “não queremos parabéns, queremos respeito”.
Em outros bairros da capital paranaense também foram realizadas manifestações.