
Estudo realizado pela Arteris aponta que a maior parte dos óbitos envolve adultos e acontece à noite
Uma em cada três pessoas mortas nas estradas brasileira é vítima de atropelamento. A informação é apontada em um levantamento da Arteris, concessionária que administra 21 rodovias, entre elas a Régis Bittencourt, no Paraná. Segundo o estudo, a maior parte dos óbitos envolve adultos e acontece à noite.
A pesquisa analisou 19.164 acidentes registrados entre janeiro e julho de 2016, com 361 mortos. O estudo aponta que os atropelamentos são responsáveis por 32% das vítimas em estradas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Esse tipo de acidente representa 1% das ocorrências, mas quando se fala em gravidade é o que tem o maior porcentual”, diz Elvis Granzotti, gerente de Operações da Arteris.
As principais vítimas em rodovias são pedestres (28%) e ciclistas (4%) que não estão montados na bicicleta no momento da colisão. Se o ciclista estiver pedalando, o acidente passa a ser classificado como “colisão traseira”. Esse é o segundo tipo mais letal de acidente com 16% das mortes. Ainda segundo o estudo, 22% dos mortos por atropelamento são andarilhos.
Na visão de Granzotti, os atropelamentos estão relacionados a uma série de fatores, como o comportamento de motoristas, que desrespeitam limites de velocidade ou trafegam pelo acostamento. “Quando há concentração em uma área, podem ser feitas intervenções: passarela ou calçada”, diz.
A pesquisa também traça o perfil de veículos, horários e dias dos acidentes. Ao todo, 61% das mortes envolvem carros e 53,7%, motocicletas. Os casos normalmente acontecem entre 18 e 6 horas. “Além do sono, há diminuição de visibilidade”, afirma Granzotti.
Já na divisão etária, o grupo que concentra a maior parte das mortes é de 35 a 44 anos, com 24,67%. Apenas 5% dos óbitos são de menores de idade.
Fiscalizar
O consultor de trânsito Flamínio Fichmann diz que o número de acidentes nas rodovias da Arteris impressiona. Para o especialista, o número de acidentes em rodovias pode cair até 50% se houver fiscalização intensiva. “O que diminui acidente é a fiscalização, com blitz em estradas. Mas isso significa aplicação de recursos e aumento de contingente.”, afirma.