“Você vai ter que viver do crime, pra você ter que comer você vai ter que roubar, ou traficar, ou praticar o crime”, diz um trecho
Áudios divulgados pela Polícia Federal revelam a ação de membros de uma facção criminosa que agia dentro da Penitenciária Estadual de Londrina, no norte do Paraná.
Luan Lino de Andrade, vulgo “Pirlo”, foi transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas e é considerado o principal alvo da operação Dictum, deflagrada no início de abril.
No áudio, o membro da facção diz a uma pessoa que se entrar para o grupo tem que “viver do crime” e “não pode trabalhar”, além de ter que pagar uma mensalidade para a organização criminosa.
A transferência foi feita sob forte esquema de segurança depois que o investigado foi flagrado, em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, fazendo uso de telefones celulares.
De acordo com os áudios divulgados, Lino mantinha frequentes contatos com demais membros da facção ou com candidatos a integrarem a organização criminosa, que eram então instruídos sobre procedimentos esperados e sobre os pagamentos então devidos.
As gravações também revelam como eram dadas as ordens para cometimento de assassinatos de agentes públicos à instrução sobre como operacionalizar o tráfico de drogas, ação de roubos – inclusive a agências bancárias.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, os crimes só poderiam ser cometidos com autorização dos líderes da facção presos em penitenciárias federais, com exceção de William Camacho, vulgo “Marcola”.
Em um outro trecho das gravações, o homem transferido pela Polícia Federal diz que uma hora terá que matar, sequestrar e realizar ataques a penitenciárias. Para a Polícia Federal, o isolamento dos criminosos é o meio de que os condenados não tenham acesso a meios de comunicação.