Sérgio Roberto Ferreira, diretor da UENP, foi morto por um professor dentro da universidade (Reprodução)

Áudio de ligação telefônica pode ajudar a polícia a esclarecer a morte do diretor Sérgio Roberto Ferreira, assassinado dentro da UENP, por um doutor em economia

Um áudio de uma ligação telefônica pode ajudar a polícia a esclarecer a morte do diretor Sérgio Roberto Ferreira, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em Cornélio Procópio, no norte pioneiro do Paraná, na noite desta quinta-feira (20). As investigações revelam que o crime foi premeditado pelo professor Laurindo Panucci Filho. Logo após a morte do diretor da UENP, a polícia percebeu que havia uma advertência destinada ao professor.

Morte diretor UENP

No telefonema, é possível ver que o professor pediu para que o diretor da UENP voltasse a instituição de ensino para esclarecer um assunto. Ouça abaixo!

Suspeito: Alô, Sérgio.

Vítima: Oi.

Suspeito: Você tá na UENP?

Vítima: Não, eu vim embora. Saí agora há pouco daí.

Suspeito:Sérgio, precisava falar com você. Aconteceu um negócio. Precisava de um esclarecimento. Como posso falar com você? Por telefone vai ser difícil

Vítima: Laurindo, eu tô em casa, mas posso voltar aí.O que foi?

Suspeito: Então volta aqui, preciso conversar com você.

Vítima: Tá bom, tô indo.

Suspeito: Obrigado

Vítima: Tá, tchau, tchau.

Morte Sérgio Roberto Ferreira

Sérgio Roberto Ferreira, de 60 anos, foi assassinado dentro do campus da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) com golpe de um machadinho na cabeça.

Laurindo Panucci Filho, doutor em economia, foi preso em flagrante em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, para onde, de acordo com a polícia, havia fugido após o crime. Extraoficialmente ele confessou ter assassinado o diretor do campus à polícia.

Doutor Laurindo Panucci Filho

De acordo com testemunhas, Sérgio foi até seu escritório na UENP depois que Laurindo Panucci Filho ligou para Sérgio, por volta das 19h15, e solicitou que os dois se encontrassem. No local do crime foi encontrada uma advertência destinada ao professor e, por isso, a polícia logo desconfiou dele.

Laurindo Panucci Filho ligou para Sérgio antes de morte de diretor na UENP (Reprodução)
Laurindo Panucci Filho levou advertência da UENP

De acordo com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), já existiam várias reclamações de indisciplina contra Laurindo, e ele já havia sido advertido verbalmente.

No entanto, a advertência que motivou o crime, era a primeira por escrito. O vice-diretor do campus também confirmou que o professor apresentava problemas de comportamento e indisciplina, mas afirmou que nunca ninguém desconfiou que ele chegaria em um ato tão extremo.    

O delegado-chefe de Cornélio Procópio, responsável pelas investigações, acredita que o crime por ter sido motivado pela advertência por escrito. Para ele, o professor que possuía inúmeras titularidades – de mestre e doutor- não aceitou ter sua atenção chamada.

Morte na UENP

Sérgio foi encontrado com vida dentro da sua sala, ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Segundo Boletim de Ocorrência, na cena do crime havia sinais de possível luta corporal, além de um papel com uma advertência para o docente.

Em nota, a universidade decretou luto oficial de três dias. Leia na íntegra:

“É com imenso pesar que a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) comunica a morte do professor Sérgio Roberto Ferreira, diretor do Campus de Cornélio Procópio. O professor faleceu por volta das 20h desta quinta-feira, dia 20 de dezembro, vítima de possível homicídio. A morte está sendo investigada pela Polícia Civil do município.

A UENP decreta luto oficial de três dias em homenagem à memória do diretor Sérgio Roberto Ferreira, que desde 1990, atuava como docente do curso de Administração, do qual por diversas vezes esteve como coordenador e chefe de departamento. Atualmente, o professor estava cumprindo o segundo mandato como diretor do Campus de Cornélio Procópio”.

O Portal RIC Mais tentou contato com a defesa do acusado, mas ainda não obteve resposta.