Câmeras de segurança registraram uma tentativa de assalto que ocorreu dentro do estacionamento de um edifício na rua Lamenha Lins, ao lado da Praça Oswaldo Cruz, no centro de Curitiba, na madrugada deste sábado (29). (Assista abaixo) 

Nas imagens, gravadas por volta das 4h, é possível acompanhar toda a ação do criminoso. Logo no início do vídeo, ele aparece escondido atrás de uma caçamba de entulhos e aproveita a chegada de um veículo para passar pelo portão. Já dentro do estacionamento, surpreende a motorista que ainda está dentro do carro e usa uma bicicleta, que está no local, para tentar quebrar o para-brisa do carro. O bandido só parou com a chegada do porteiro que conseguiu imobilizá-lo. 

A vítima, uma empresária que mora no local há 30 anos, diz que a região está mais insegura nos últimos tempos

“Está muito perigoso ultimamente. E outra, a gente chama a polícia e a polícia demora muito. Nós temos um módulo policial aqui perto, mas esse módulo policial não serve a gente, vem polícia lá de longe, leva muito tempo pra chegar aqui. Então, nem adianta chamar a polícia. Inclusive, domingo [1º de março], a gente sabe que uma mercearia aqui pertinho foi assaltada, fecharam a porta e levaram o que quiseram. E a pessoa acho que nem fez B.O. porque não adianta nada”, desabafa a mulher, que não quer se indetificar por medo. 

Há cinco meses, uma briga entre guardadores de carros terminou com uma morte exatamente em frente ao mesmo edifício

Tentativa assalto na Praça Oswaldo Cruz

No mesmo dia, também na região central da capital, outro assalto foi flagrado por uma câmera de segurança. Dessa vez, por volta das 23h, o criminoso chega de moto e, armado, surpreende um casal que anda pela rua Presidente Farias. Ele aborda os dois e pede os celulares. Uma das vítimas até entrega o aparelho, mas saca a arma e reage com vários tiros. Na sequência, o assaltante larga a moto e foge a pé. O homem que reagiu é um policial militar de Santa Catarina, que estava de folga e voltava para um hotel no centro de Curitiba. 

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A tentativa de assalto ocorreu na rua Presidente Farias. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Invasão na Alameda dr. Muricy

Na manhã desta segunda-feira (2), dois pichadores foram presos após serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros do telhado de um edifício na Alameda dr. Muricy, igualmente no centro de Curitiba. No local, moradores e comerciantes aproveitaram para denunciar a falta de segurança constante na região. 

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Os pichadores foram presos em flagrante na Alameda dr. Muricy. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Por medo, apenas uma gerente de loja aceitou conversar com a equipe da RIC Record TV Curitiba e se identificar. Seu relato confirma a exposição diária a violência que transeuntes e trabalhadores passam no centro da capital paranaense: 

“Geralmente ocorrem várias assaltos, pessoas que estão passando, celulares que são roubados. Infelizmente, não conseguem cobrir pra gente poder trabalhar com mais segurança. Quando a gente fecha às 6h da tarde, o pessoal fecha antes, é sempre perigoso. Tem várias pessoas sentadas fumando crack e a gente não tem o que fazer. Várias vezes entraram nas outras lojas. Invasão é uma coisa comum. O medo é constante”, desabafa Alice Margarete. 

O que diz o Conseg

Apesar dos assaltos e dos relatos de testemunhas, Malu Gomes, do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Área Central, afirma que “estatisticamente, na área central a criminalidade cai todo mês”, de acordo com os dados mensais apresentados na reunião do Conseg.

A representante ainda pontua que não falta policiamento no centro de Curitiba. Para ela, é a população que precisa “prestar mais atenção” e não se colocar em situações de risco como usar o celular na rua.

“Não falta policiamento na área central, a área central é muito bem policiada. As pessoas têm que ter um pouco mais de atenção também na rua, usar a bolsas transversal, não usar celular na rua, não ficar com o celular desfilando na XV, por exemplo, desfilando com o celular na mão. Quer usar o celular? Entra em uma loja, dá uma disfarçada, pede licença, fala ‘eu vou usar o celular aqui’”, diz. 

Gomes ainda ressalta que “ninguém está totalmente seguro” e que as polícias têm feito seu papel de prender os criminosos, porém, a legislação impede que eles permaneçam na cadeia

“O comerciante da área central tem insegurança, lógico, todos nós temos ninguém está totalmente seguro. […] Mas quando têm situações a polícia prende, tanto a GM como a PM, prende todos os dias. Só que prende às vezes a mesma pessoa três, quatro vezes por semana. Porque chega na audiência de custódia e soltam. Prende hoje e amanhã eles estão soltos. Então, nós temos uma situação também de legislação e de audiência de custódia porque as polícias continuam prendendo. 

O que dizem as polícias 

Em nota, a Guarda Municipal, declarou que é responsável pela segurança pela segurança de equipamentos públicos, mas que a segurança de uma forma mais ampla é de responsabilidade da PM. 

 A Polícia Militar declarou que tem empregado todo o efetivo do 12º Batalhão para fortalecer o policiamento preventivo na região Central da Capital. Além disso, pontua que o registro dos Boletins de Ocorrência são imprescindíveis para que a PM tenha ciência dos locais onde falta policiamento. Leia nota na íntegra: 

“O 12º Batalhão tem empregado todo o efetivo disponível, além de viaturas, para fortalecer o policiamento preventivo na região Central da Capital. Além disso, operações e ações integradas com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) são feitas rotineiramente, nos locais onde há mais necessidade.

A atuação da PM conta com o apoio da população para que faça o registro do Boletim de Ocorrência, pois embasa a aplicação de policiamento. Também é importante que o cidadão faça o 190 assim que perceber crimes ou uma movimentação suspeita, a fim de que uma viatura possa fazer as verificações necessárias.”

Assista à reportagem completa sobre a violência no centro de Curitiba: