Londrina - Um banqueiro que atua em Londrina, no Norte do Paraná, é apontado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) como líder de uma organização criminosa que articula um esquema milionário de jogos de azar, agiotagem e lavagem de dinheiro. Uma operação cumpriu mandados na cidade paranaense, em Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. Além disso, um policial rodoviário também é alvo da investigação.

De acordo com o promotor Leandro Antunes Meirelles Machado, o banqueiro desenvolveu uma plataforma tecnológica para gestão e exploração de jogos de azar e fornecia essa solução para outros banqueiros, que passou a atuar nacionalmente.
“Durante as investigações, o GAECO obteve uma planilha que demonstra que, em um determinado mês, essa organização criminosa movimentou 40 milhões de reais, mediante o fornecimento desse sistema para banqueiros de 81 regiões do país. Importante lembrar que o líder dessa organização criminosa fugiu para o Paraguai três dias após uma operação deflagrada no ano de 2023. E do Paraguai, pegou um voo para os Estados Unidos e encontra-se atualmente refugiado naquele país”, explicou Machado.
Segundo o promotor, o Gaeco obteve uma decisão judicial que determina o bloqueio de sites de apostas, páginas que fazem apologia aos jogos nas redes sociais, além de 236 veículos e 18 imóveis que pertencem a esse bancário. Ao todo, foram bloqueados R$ 149 milhões em contas dos investigados.
A operação contra o esquema de jogos de azar
Conforme o Ministério Público do Paraná, foram cumpridos ao longo desta quarta-feira (30) 23 mandados de busca e apreensão, três de prisão e 14 de imposição de medidas cautelares diversas da prisão.
Segundo o balanço, foram cumpridos 12 mandados em Londrina (PR) e dois em Cambé (PR). Além de três em Goiânia, um em Brasília, quatro em Itapema (SC) e um em Balnerário Camboriú (SC).

Bancário de Londrina já foi preso anteriormente
Ainda de acordo com a promotoria, o banqueiro apontado como líder deste esquema foi preso durante uma operação em 2011, mas seguiu atuando com jogos ilegais e passou a atuar em outras regiões do país.
O Gaeco apurou que em apenas um mês a renda bruta do esquema foi de R$ 40 milhões com o fornecimento do sistema para 81 pessoas de diferentes regiões do Brasil.
O esquema de jogos de azar
Os investigadores descobriram que o dinheiro obtido no esquema era lavado por meio de três locadoras de veículos, possibilitando que pessoas condenadas por tráfico e receptação, fossem beneficiadas com essas empresas “lavando dinheiro com a aquisição de carros de luxos”.
Outra maneira usada pelos suspeitos para disfarças os lucros era a compra de imóveis de luxo em cotas de consórcio, além da movimentação com dinheiro em espécie.
Banqueiro fugiu para os Estados Unidos
Durante o cumprimento dos mandados de uma operação do Gaeco, em 2023, o banqueiro apontado como líder do esquema e outros familiares fugiram em direção aos Estados Unidos. Pelo menos quatro investigados são da família do suspeito e seguem no país da América do Norte.
Polícial rodoviário é alvo da operação
O Gaeco informou que teve apoio da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), já que um dos mandados foi cumprido contra um policial rodoviário. Veja o que disse a PRF em nota:
“A atuação da PRF se restringiu a acompanhar o cumprimento do mandado de busca e apreensão por se tratar de servidor PRF, mediante solicitação do Ministério Público do Paraná. A PRF ainda não teve acesso aos autos, para avaliar se os fatos investigados têm relação com a PRF e se existem indícios de violação funcional”.
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