Bebê que chegou morto na UPA já havia sido acolhido, mas foi devolvido aos pais, diz delegado
O bebê de um ano e sete meses que chegou morto a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, já havia sido acolhido na casa lar com 12 dias de vida. A informação foi confirmada pelo delegado Ivo Viana nesta quinta-feira (9). Os pais estão presos suspeitos do crime.
“Existe a medida de proteção para os dois filhos do casal. O bebê ficou abrigado nesta casa por seis meses, antes de ser devolvido aos pais. Esse histórico indica negligência por parte dos pais dessas crianças”, explicou Ivo Viana.
Viana disse em entrevista à repórter Beatriz Frehner que já existia um processo judicial em 2021 de proteção da criança pelo conselho tutelar e assistência social. O bebê foi acolhido na casa lar por negligência, falta de cuidados básicos e trato hospitalar.
O caso
O bebê chegou na UPA por volta das 12h50 de quarta-feira (8). O casal, de 27 e 40 anos, alegou que levou a criança porque ela estava gelada. Ao examinar a criança, os médicos e enfermeiros constataram muitas fraturas no corpo do bebê. Os pais disseram que a criança tinha caído no banheiro de casa no dia anterior, por volta das 15h.
Os médicos acionaram o Conselho Tutelar e a Polícia Civil, que prenderam o casal em flagrante. O delegado disse que os dois contaram versões diferentes e contraditórias do caso. Ambos negaram as agressões, mas o corpo apresentava ferimentos na cabeça, que não eram compatíveis com a queda.
“As informações passadas por eles foram de desencontro com os exames clínicos feitos pelos médicos, que apontavam uma série de fraturas na cabeça dessa criança. As lesões não eram compatíveis com um mero acidente”, disse Viana.
O delegado que investiga o caso disse também que os dois não esboçaram reação de sentimento com a perda de um filho. Eles deram a mesma versão para os médicos na UPA e que a criança não apresentou nenhum comportamento diferente após o suposto acidente.
A Polícia Civil aguarda o laudo da perícia para identificar a causa da morte da criança. Os suspeitos têm uma filha de 3 anos, que foi recolhida pelo conselho tutelar e encaminhada para a casa lar. Os dois devem responder por homicídio qualificado, impossibilidade de defesa e motivo torpe.