O Grupo Bitcoin Banco (GBB) denunciou um esquema de fraudes, nesta sexta-feira, no qual os suspeitos faziam saques duplicados valendo-se de uma vulnerabilidade na plataforma de operações de compra e venda de criptomoeda. Cerca de 30 nomes já foram identificados e apresentados à Delegacia de Estelionato de Curitiba.
Fraudes no Bitcoin
Segundo o grupo, um dos criminosos sacou ilegalmente R$ 2 milhões, no entanto, o montante total do golpe na Bitcoin deve chegar a R$ 50 milhões assim que todos os nomes envolvidos forem identificados.
Bitcoin trabalha para identificar fraudadores
Técnicos da Bitcoin estão trabalhando na base de dados e movimentações feitas nos últimos três meses nas exchanges NegocieCoins, TemBTC e BATExchange, que somam mais de 100 mil clientes.
A investigação interna do grupo, que tem sede em Curitiba e é dono das duas maiores corretoras de bitcoins do Brasil, vem sendo feita desde a semana passada, quando surgiram as primeiras suspeitas sobre o golpe. Os técnicos da área de TI identificaram súbito aumento de patrimônio de alguns clientes, decorrente de operações suspeitas de trade (compra e venda de criptomoeda).
Medida para evitar saques fraudulentos
Desde quinta-feira (16), para evitar mais prejuízos com saques fraudulentos, Grupo adotou a operação manual dos pagamentos solicitados, o que gerou lentidão no atendimento aos clientes. Com isso, conseguiu monitorar cada pedido feito e começar a identificar os fraudadores.
O ritmo mais lento, no entanto, acabou provocando um acúmulo atípico de solicitações de saques e até mesmo o cancelamento de algumas ordens de venda. Operações que levavam até 24 horas passaram a demorar, em alguns casos, até 96 horas, situação agravada nesta semana com o encerramento abrupto da conta das corretoras pelo banco Brasil Plural.
Por sua vez, o grupo garante que não haverá qualquer prejuízo para os clientes, que foram inclusive isentados de taxas bancárias cobradas em operações que tiveram que ser canceladas no domingo (19). “Como é característica do GBB, todos os pagamentos serão honrados. Porém, por causa da fraude, não podemos mais nos comprometer com prazo máximo. Infelizmente, a agilidade que era nosso diferencial, com pagamento em poucas horas, não pode ser retomada agora e também teremos que reduzir os montantes a serem sacados até que tudo se normalize. Mas esperamos poder normalizar tudo entre os dias 29 de maio e 5 de junho”, diz o presidente do GBB, Johnny Pablo dos Santos.
Outras providências emergenciais para conter a fraude e regularizar as operações foram tomadas pelo GBB:
- – estão suspensos os depósitos em reais e em criptomoedas de hoje até quarta-feira, dia 29
- – o limite de saque será de R$ 10 mil e 1 Bitcoin por dia, a partir de quarta-feira, dia 29, por prazo indeterminado
- – nenhum saque será cancelado mas todos os saques que excederem os R$ 10 mil que já foram solicitados serão reajustados para o limite diário de R$ 10 mil e 1 Bitcoin
- – os pagamentos serão realizados a partir de quarta-feira, dia 29, conforme os limites do sistema bancário
O Grupo Bitcoin Banco alerta seus clientes e o mercado sobre a ação dos criminosos e a possibilidade de que eles estejam tentando outros golpes, como oferecer a compra de posição em criptomoeda com deságio de até 50%. “Essa posição não existe. Ela é fruto de uma ação fraudulenta e quem achar que está levando vantagem ficará no prejuízo”, afirma o presidente do GBB.
Santos destaca que, com três anos de atuação e cerca de 200 funcionários em Curitiba e São Paulo, o Grupo Bitcoin Banco investe permanentemente em segurança de suas plataformas e mantém uma equipe de 30 pessoas em pesquisa, desenvolvimento e TI. Essa é a primeira vez que um ataque desse tipo é feito ao GBB.