Houve um aumento no número de pessoas com menos de 24 anos entre as vítimas
As mortes por raios estão diminuindo no Brasil nos últimos 15 anos, graças à queda dos acidentes no Sudeste. Na Região Norte, porém, as descargas atmosféricas estão matando mais. As conclusões são de um novo estudo feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O novo estudo, que analisa as mortes por raios entre 2000 e 2014 faz parte do livro Brasil: que raio de história, lançado na sexta-feira (23) em Brasília pelo Inpe.
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De acordo com o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, os resultados mostram que os padrões de mortes causadas por raios no País estão mudando. Entre 2000 e 2009, morriam em média 132 pessoas por ano. Entre 2000 e 2014, a média caiu para 110 mortes anuais.
“Lançamos um estudo em 2009 englobando dados sobre as mortes por raios ao longo de 10 anos. Agora consideramos 15 anos – uma série histórica maior que permite detectar tendências”, disse Pinto Junior.
O estudo concluiu também que o Norte ultrapassou o Nordeste e se tornou a segunda região com mais mortes por raios, atrás do Sudeste. Foi observado, ainda, um aumento no porcentual de pessoas com menos de 24 anos entre os indivíduos mortos por raios. “Concluímos também que há uma tendência de aumento do porcentual de mortos por raios dentro de casa”, disse o pesquisador.
Ranking
No ranking de municípios com mais mortes por raios de 2000 a 2014, São Paulo (SP), aparece em primeiro lugar (com 26 mortes), seguido por Manaus, AM (22), Campo Grande, MS (11), São Luís, MA (10), Porto Velho, RO (9). Empatados em sexto lugar estão Rio de Janeiro, RJ, Brasília, DF, e São Gabriel da Cachoeira, AM, com oito mortes. No Paraná, foram seis mortes causadas por raio durante o período. Nos últimos 15 anos, foram registradas 90 mortes no estado.